‘Vivi para contar’: Seis anos após ficar paraplégico ao ser baleado em roubo, Fabio Ferreira de Melo, aposentado por invalidez, foi deixado no chão por bandidos, que levaram seu carro
Na manhã do dia 12 de janeiro, um sábado, acordei e fui logo abastecer meu carro no Largo do Bicão, na Vila da Penha, bem perto do Jardim América, onde eu moro. Na volta, quando passava pela Avenida Meriti para pegar a Rodovia Presidente Dutra, fui rendido. Eram 9h15, eu estava dirigindo um Jeep Compass preto, e pelo menos três criminosos saíram de uma rua transversal em um Celta verde com insulfilme bem escuro nos vidros, frearam de repente, buzinaram, me fecharam e me abordaram.
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Cada um dos bandidos, armados, foi por uma porta e me obrigou a entregar o carro. Como ele é adaptado, todos os comandos são na mão, e eu pedi paciência até conseguir colocar em ponto morto. Falei: “calma, eu sou cadeirante”, mas eles me xingaram e me puxaram bruscamente para fora. Foi tudo muito rápido, e eles estavam visivelmente nervosos e agressivos. Cheguei a insistir pela cadeira de rodas, que foi feita sob medida e custou R$ 14 mil, mas ignoraram esse meu pedido também.
Fiquei no chão, jogado no meio da rua por alguns minutos, e eles fugiram no meu carro em direção à Avenida Brasil, no sentido Centro da cidade. Desde então, têm feito contato para tentar negociar o resgate comigo: pedem que eu pague R$ 6 ou R$ 8 mil para ter de volta meu próprio bem, que comprei com tantos empréstimos e parcelamentos. Mas não caio nesse golpe, não vou tratar com vagabundo: primeiro que não tenho esse dinheiro e, além disso, depois de fazerem essa covardia absurda comigo numa cadeira de rodas, você acha que agora eles vão apertar a minha mão?
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FONTE: O GLOBO