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sábado, 23, novembro, 2024

“Pode inviabilizar a próxima safra”, diz Aprosoja-MT sobre guerra

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, avalia que a guerra entre Rússia e Ucrânia pode trazer consequências desastrosas para o agronegócio.

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Um dos principais países que importam fertilizantes ao Brasil, a Bielorrússia comunicou da suspensão das negociações por bloqueio da rota de entrega.

Segundo o presidente da Aprosoja, os produtores de Mato Grosso já vinham enfrentando aumento considerável nos custos da produção. Destaca que os fertilizantes já estavam sendo vendidos com 200% de acréscimo do valor da safra passada. Afirma ainda que o ambiente está se tornando insustentável a ponto de inviabilizar a safra 2022/2023 do estado.

Cadore afirma que esse aumento nos custos poderá ser sentido nos supermercados com o aumento dos produtos, consequentemente, a elevação da inflação.

“Os solos do Brasil são dependentes de adubação. Então, esse impacto é do custo do produtor rural e, obviamente, na prateleira do supermercado, com o poder de gerar uma inflação ainda maior dos alimentos”, disse o presidente da entidade.

Ele ressalta que a solução ao problema seria a liberação da mineração de fósforo e potássio que poderiam ser explorados neste momento de emergência, mas que a burocracia impede.

“A burocracia não nos permite explorar, não permite que sejam exploradas para que nosso país seja autossuficiente e não dependa de outros países em uma condição desta. É hora de unir forças, o governo e os parlamentares para que possamos explorar nossas reservas e essa conta não seja paga pelos produtores e a população”, destacou.

Fertilizantes no Brasil

O Brasil é um grande produtor agrícola e tem um papel importante como fornecedor de grãos para o mundo. Por outro lado, o país tem dificuldades para fabricar os insumos necessários para manter a alta produtividade, como os fertilizantes.

Em 2021, o Brasil importou 41,6 milhões de toneladas de fertilizantes, somando US$ 15,1 bilhões. Apenas em janeiro de 2022, foram compradas 2,3 milhões de toneladas do insumo, número 15,2% inferior ao mesmo período no ano passado, aponta a plataforma Comex Stat, do Ministério da Economia.

Veja a seguir o ranking de fornecedores de adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos) ao Brasil em 2021, de acordo com o Comex Stat:

Rússia – 23%

China – 14%

Marrocos – 11%

Canadá – 9,8%

Estados Unidos – 5,6%

Catar – 4,6%

Belarus – 3,4%

Omã – 3,2%

Arábia Saudita – 3,1%

Argélia – 2,9%

Alemanha – 2,8%

Nigéria e Israel – 2,6%

Egito – 1,9%

Países Baixos – 1,5%

Noruega – 0,92%

Jordânia – 0,71%

Finlândia – 0,63%

Bélgica – 0,92%

Chile – 0,64%

Espanha – 0,60%

Turcomenistão – 0,55%

Irã – 0,38%

Venezuela – 0,34%

Emirados Árabes Unidos – 0,33%

Lituânia e Azerbaijão – 0,30%

Bolívia – 0,25%

Austrália – 0,24%

Barein – 0,23%

Reino Unido – 0,20%

Polônia e Coveite – 0,16%

México – 0,15%

Itália, Coréia do Sul, Tunísia e Líbano – 0,12%

Turquia – 0,089%

Trindade e Tobago – 0,088%

Colômbia – 0,064%

Senegal – 0,063%

Líbia – 0,040%

Geórgia – 0,036%

Irlanda – 0,027%

Guatemala – 0,022%

Argentina – 0,021%

França – 0,017%

Suécia – 0,010%

Portugal – 0,0093%

Paraguai – 0,0084%

Uruguai – 0,0078%

Indonésia – 0,0075%

Singapura – 0,0062%

República Tcheca – 0,0053%

Eslováquia – 0,0025%

Sérvia – 0,0020%

Polinésia Francesa – 0,000068%

República Dominicana – 0,000036%

Índia – 0,000022%

Ucrânia – 0,0000034%

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