Com a demanda aquecida, esta é a época do ano em que o preço do frete rodoviário sobe em Mato Grosso. Os elos desta cadeia enfrentam muitos desafios.
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“A mercadoria chega na nossa mesa através de um caminhão. Hoje você pede um produto pela internet, três dias depois está na porta da sua casa. Certeza que andou em um caminhão, em pelo menos um trajeto”, diz Adelino Bissoni, diretor executivo de uma transportadora que está no setor há 46 anos.
O empresa tem, atualmente, 220 caminhões, mas acaba trabalhando com muitos terceirizados também.
“Transportamos o algodão, soja, milho, adubo, fertilizantes em geral. Nós temos também uma parte de container. Então carrega aqui no terminal para a cidade mesmo ou para Cuiabá, Lucas do Rio Verde”, diz Adelino.
Na estrada, é possível ver somente o motorista. Por trás dele, tem outros funcionários também, como borracheiro, lavação de oficina mecânica, segurança, e administrativo.
“Nesse momento de plena safra, o preço está bom, até deixando um pouco de resultado. Mas é o pico, a gente sabe que março é o é o melhor mês. Depois, terminando a colheita, as coisas começam a se ajustar, mas nós acreditamos que vai ser um ano bom”, relata o empresário.
A operação de transportes de cargas conta com desafios significativos. O Tony Erick Silva, que administra uma empresa de transportes em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, fala sobre a importância de ter uma boa estratégia logística.
“Primeiro passo da logística de insumos no planejamento da produção ainda. Então a gente senta com a parte de supply, da produção, e começa a desenhar o plantio com a vinda dos insumos. A gente passa por todos os processos de produção e aí efetivamente vem o segmento de transportes participar junto com essa, com essa logística da companhia. Ela é essencial e participa do tom do negócio”, diz.
Os principais desafios para os empresários de transportadora, segundo Adelino, são os roubos de peças dos caminhões e as estradas precárias.
“É o que tem tirado o nosso sossego aí esses últimos anos. Esse ano, como choveu muito, as estradas não pavimentadas também atrapalharam muito, porque ficou muito caminhão parado em atoleiros e outra coisa que tem pegado é a variação do preço do combustível. Às vezes, a gente acabou de carregar e o preço do combustível sobe. Se ele tivesse um intervalo maior, daria mais previsibilidade para controlarmos os nossos custos”, afirma.
“Quando a gente fala de segmento de transportes, em determinado momento existe a concorrência dos modais e isso é benéfico para os dois, pois acaba afunilando e deixando no segmento rodoviário efetivamente empresas sérias e idôneas, para que isso aconteça. Mas há necessidades, a ferrovia precisa chegar, a evolução precisa chegar”, diz Tony.
O motorista de caminhão Anilson Antônio dos Santos afirma que o transporte em cima de caminhão é uma das atividades mais importantes para a região.
“A falta de infraestrutura prejudica o trabalho, prejudica os horários de entrega de carga, o caminhão perde muito tempo fazendo manutenção, porque não tem como trabalhar e não danificar o caminhão pela falta de infraestrutura hoje, aqui na nossa região. Dentro de um caminhão, com a tecnologia dessa, o conforto é muito grande. A única coisa que pega é saudade de casa”, diz.
O presidente do Sindicato de Transporte de Rondonópolis e região, Santo Nicolau Bissoni, fala do desafio.
“Quem é do transporte está no sangue, gosta de mexer com isso. Mas é um desafio muito grande. Em 2023 vamos entrar numa nova tecnologia de caminhão e em contrapartida precisamos ter então mercadoria para ser transportada, mão de obra qualificada. Precisamos buscar em conjunto com as empresas alternativas para solucionar esse grande desafio que é ser transportador no Brasil hoje”, finaliza.
G1 MT