Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (17) a Operação Res Capta, que tem como objetivo desarticular um esquema de corrupção de arrendamentos ilegais na terra indígena Marãiwatsédé, da etnia Xavante. Entre os alvos estão fazendeiros, lideranças indígenas e servidores da Fundação Nacional do Índio (Finai). Foi descoberto 15 arrendamentos no local para fazendeiros que criavam gado.
De acordo com as informações, ao todo estão sendo cumpridos 29 ordens judiciais, sendo três mandados de prisão, 7 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens, duas ordens judiciais de afastamento de cargo público, duas ordens judiciais de restrição ao porte de arma de fogo, além de 15 medidas cautelares diversas de prisões nas cidades de Ribeirão Cascalheira e Barra do Garças.
Investigação da PF apontou que os servidores da Funai de Ribeirão Cascalheira cobravam grandes valores dos fazendeiros da região para direcionar e intermediar o arrendamento dentro da terra indígena. Os servidores recebiam propina e ainda faziam repasse de quase R$ 900.000.00 mensal ao líder Xavante.
Dano ambiental
Perícia apontou que nas áreas onde os fazendeiros já exploravam, há extenso dano ambiental provocado por queimadas. O objetivo é formar pastagem e desmatar para desenvolver atividade de agropecuária. Em 4 dos 15 arrendamentos ilícitos, os peritos federais estimaram uma reparação de dando ambiental no valor de R$ 58.121,705,87.
Por conta disso, a Justiça Federal determinou a desocupação da área em até 45 dias, sob pena de prisão. Os fazendeiros devem retirar ao menos 70 mil cabeças de gado que estão no local.
Nome da Operação
Do latim Res Capta é coisa tomada, que é justamente o que ocorreu no passado e está ocorrendo atualmente com a Terra Indígena Marãiwatsédé. (Com informações da assessoria de imprensa)
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