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quarta-feira, 30, outubro, 2024

Klara Castanho repudia vazamento, revela que foi estuprada e entregou criança para adoção

Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram

A atriz Klara Castanho, de 21 anos, publicou um relato em suas redes sociais e revelou que foi estuprada, engravidou e decidiu entregar o bebê diretamente para adoção.

A publicação foi feita na noite deste sábado (25), após o assunto se tornar um dos mais comentados nas redes sociais. “Não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e um trauma que sofri”, afirma ela. “Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo.”

Klara escreveu uma carta aberta em que conta sobre a violência sofrida e suas consequências. Ela diz ter sido abordada por uma enfermeira momentos após o parto, que ameaçou divulgar sua história. Logo em seguida, a atriz recebeu mensagens de um colunista. “Minha história se tornar pública não foi um desejo meu.”

“Fui estuprada. Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte, porque algo morreu em mim. Não estava na minha cidade, não estava perto da minha família nem dos meus amigos”, diz a atriz.

Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram

Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram

A artista conta que não fez boletim de ocorrência na ocasião por se sentir envergonhada e culpada. “Tive a ilusão de que se eu fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse, superasse. Mas não foi o que aconteceu. As únicas coisas que eu tive forças para fazer foram: tomar pílula do dia seguinte e fazer alguns exames”, conta. “Somente a minha família sabia o que tinha acontecido.”

Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram

Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram

Meses depois, segundo seu relato, ela começou a se sentir mal e, em meio a exames, descobriu a gravidez já em estágio avançado. “Foi um choque, meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso nem barriga”, diz.

Klara afirma que, durante uma consulta, foi obrigada pelo médico a ouvir o coração da criança, o que considerou uma nova violação.

“Naquele momento do exame, me senti novamente violada, novamente culpada. Em uma consulta médica contei ter sido estuprada, expliquei tudo o que aconteceu”, diz.

“O médico não teve nenhuma empatia por mim. Eu não era uma mulher que estava grávida por vontade e desejo, eu tinha sofrido uma violência. E mesmo assim, o profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo.”

Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram

Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram

Entrega para adoção

Pela lei brasileira, Klara teria direito a fazer um aborto legal. A atriz afirma, no entanto, que tomou a decisão de fazer uma entrega direta para adoção. A entrega voluntária para adoção está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e permite que a mãe entregue o filho para adoção em um procedimento assistido pela Justiça.

Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram

Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram

Segundo Klara, a criança nasceu poucos dias depois de a gravidez ser descoberta. A atriz afirma que entrou em contato com uma advogada e fez todos os trâmites legais.

“Tudo que eu fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado e de acordo com a lei”, afirma.

“A criança merece ser criada por uma família amorosa, devidamente habilitada à adoção, que não tenha lembranças de um fato tão traumático.”

Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram
Klara Castanho — Foto: Reprodução/Instagram

G1

Mais uma violência

Na carta, Klara conta ainda que, momentos após o parto, ainda sob efeitos de anestesia, foi abordada por uma enfermeira que ameaçou contar sua história a um colunista. “Quando cheguei no quarto, já havia mensagens do colunista, com todas as informações. Ele só não sabia do estupro. Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido.” A atriz não cita nomes e diz que foi procurada ainda por um outro colunista.

“O fato de eles saberem mostra que os profissionais que deveriam ter me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm a obrigação legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim nem pela criança”, afirma.

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