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sábado, 23, novembro, 2024

Alvo de operação, Galván aparece em cima de trator e empunhando bandeira do Brasil em frente a sede da PF

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Antônio Galvan, alvo de mandado de busca e apreensão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por supostos crimes de contra a democracia, na sexta-feira (20), foi até a frente da sede da Polícia Federal (PF), em Sinop (447 quilômetros de Cuiabá), na manhã desta segunda-feira (23). Ele chegou ao local em cima de um trator, mas não prestou depoimento.

Galvan foi até a sede da Polícia Federal na cidade e chegou ao local em cima de um trator e sem usar máscara. O presidente da Aprosoja Brasil empunhava e balançava uma bandeira do Brasil. Em dado momento, gritou: “liberdade”.

Porém, Olhar Direto apurou que nenhuma oitiva estava agendada para hoje com o presidente e que ele foi até lá por vontade própria.

Os agentes da PF estiveram na casa do presidente da Aprosoja na manhã desta sexta-feira (20), onde cumpriram o mandado de busca e apreensão. Ele não estava em casa e o cumprimento das ordens foi acompanhada pela sua filha.

O objetivo das medidas é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes.

No mesmo dia da operação, após o cumprimento do mandado, Galvan afirmou que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é uma tentativa de intimidação.

“Estiveram em Sinop hoje cedo. Estou no grupo dos líderes do Movimento Brasil Verde Amarelo. Intimidação pura. Agora que o movimento vai pegar fogo. Vai ser ainda maior. Não faço nada de errado. Luto contra os abusos desse pessoal que está tentando calar o povo”, afirmou.

Além de Galvan, Moraes abriu inquérito contra outros nove investigados: o deputado Otoni de Paula (PSC) os cantores Sérgio Reis, Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como “Zé Trovão”, e Eduardo Araújo, Wellington Macedo de Souza, Alexandre Urbano Raitz Petersen, Turíbio Torres, Juliano da Silva Martins e Bruno Henrique Semczeszm.

Na decisão, o ministro afirmou que os investigados pretendem abusar “dos direitos de reunião, greve e liberdade de expressão, para atentar contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições”, “inclusiva atuando com ameaça de agressões físicas”.

As medidas foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em um novo inquérito que chegou à Corte na última segunda-feira (16). Moraes afirma que, segundo a manifestações do órgão, o objetivo dos investigados, é dar um “ultimato” no presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM), invadir o prédio do Supremo, “quebrar tudo” e retirar os magistrados dos respectivos cargos “na marra”.
 
Além de presidir a Aprosoja Brasil, Galvan era um dos principais líderes do “Movimento Brasil Verde e Amarelo”, que organiza as manifestações do Dia da Independência.
 
Segundo ‘O Antagonista’, a Aprosoja – com Galvan no comando – virou uma espécie de canal rural de ativistas do bolsonarismo. Em maio, ajudou a organizar e financiar um comício do presidente-candidato em Brasília. Nem todas as sucursais concordaram em participar do caixa, o que levou Bolsonaro a recorrer a Galvan.
 
Alexandre de Moraes também proibiu que o produtor rural e os demais investigados circulem até um quilometro de distância da Praça dos Três Poderes, onde grupo planejava realizar protestos contra o STF no dia 7 de setembro.

Por: Olhar Direto

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