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sábado, 26, outubro, 2024

Produtores de soja aceleram comercialização para liberar espaço para armazenagem

Os produtores de soja em Mato Grosso estão acelerando a comercialização da oleaginosa, preocupados em liberar espaço para armazenar a safra que está sendo semeada atualmente. De acordo com informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização está sendo intensificada mesmo com a queda recente no preço da saca.

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“Com a aproximação da nova safra, o produtor começou a se preocupar com a abertura de espaço nos armazéns e, por isso, vendeu mais soja no mês. No que tange ao valor médio da soja comercializada, o preço apresentou queda de 1,35% em relação ao mês de agosto, fechando na média de R$ 159,37/sc”, diz o mais recente boletim, divulgado na última segunda-feira (10).

Os produtores avançaram 2,83 pontos percentuais na comercialização da safra 2021/2022, chegando a 90,40% da produção. Já da safra que está sendo plantada, o produtor já comercializou 28,75% da produção, avançando pouco mais de 2 pontos percentuais em relação à última semana.

Nesta safra, o sojicultor tem se beneficiado com o bom volume de chuvas, que ajuda nas fases iniciais do crescimento da soja. De acordo com o site TempoCampo, especializado em informações climáticas, é esperado que as chuvas atinjam um volume entre 150 milímetros a 200 milímetros nos próximos 30 dias, em todas as regiões de Mato Grosso. Esse cenário tem permitido que os produtores acelerem o plantio da soja, aponta o Imea.

“O percentual semeado até a última sexta-feira ficou 13,87 p.p. acima da média dos últimos cinco anos”, diz o boletim. A região com a semeadura mais avançada é a Oeste, com mais de 30% do plantio feito contra 18% na comparação com todo Mato Grosso.

A estimativa de produção também sofreu elevação, puxada pela perspectiva de aumento de produtividade. Conforme o boletim do Imea, a estimativa de produtividade em junho deste ano era de 58,58 sacas por hectare. Já a estimativa feita pelos analistas do instituto em outubro é de quase 60 sacas por hectare.

Com esse aumento de produtividade, as projeções apontam que a produção total desta safra deve atingir 41,78 milhões de tonelada de soja.

O problema de falta de capacidade de armazenamento da produção de grãos em Mato Grosso é antigo, mas conforme já noticiado pelo Estadão Mato Grosso, pode ser resolvido com atração de indústrias capazes de agregar valor na produção, entregando um produto diretamente ao consumidor final.

O economista Vitor Galesso, que há mais de 30 anos atua na área de importação e exportação no estado, acredita que esse deve ser um problema que vai persistir por pelo menos 10 anos.

De acordo com o economista, além de ter muita área que ainda não foi utilizada pelo agronegócio, as áreas degradadas que podem ser recuperadas devem aumentar ainda mais a produção do agronegócio, criando uma pressão adicional sobre o sistema de armazenamento.

“Eu diria que é um problema bom, porque ele está apresentando uma questão de necessidade de investimento em um setor crescente. Não vejo isso como, digamos assim, de forma negativa. É uma questão que o estado está enfrentando, mas acho que isso é uma grande oportunidade de investimento”, afirma Vitor.

Felipe Leonel | Estadão Mato Grosso

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