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Mato Grosso
quinta-feira, 31, outubro, 2024

Ocupação desenfreada piora efeitos da seca, afirma ambientalista

Imagens do principal cartão postal da cidade sem água viralizaram no último final de semana

A ocupação desenfreada do solo em Chapada dos Guimarães (a 64 km de Cuiabá), tanto por empreendimentos quanto por construções residenciais, pode estar agravando ainda mais a seca na região. A análise é do ambientalista Mário Friedlander, que mora há mais de 30 anos em Chapada dos Guimarães.

No final de semana passado as imagens da Cachoeira Véu de Noiva, principal cartão postal da cidade, sem água viralizaram nas redes sociais e foram notícia nacional.

Para Friedlander, a seca da cachoeira é também uma das consequências da exploração desenfreada. 

Ele citou o empreendimento Hortatec, que produz verduras e hortaliças em grande escala. De acordo com Friedlander, houve negligência em se permitir que uma empresa se instale nas bordas do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. 

A empresa negou qualquer irregularidade e afirmou que o sistema utilizado ajuda a economizar água (leia abaixo).

“De um lado da rodovia é o Parque Nacional e do outro é esse empreendimento. Então, quem analisou, no mínimo foi negligente. Não sei se foi a Sema, o Município ou o ICMBio, mas alguém foi negligente”. 

Em uma imagem área da empresa publicada no Facebook, o ambientalista afirma que tentou “mostrar o motivo da água estar acabando na região”, já que as fotos retratam a expansão dos galpões. No entanto, ele afirma que o empreendimento é apenas um dos muitos. 

“Utilizam muita água do Rio Coxipózinho, que é o nome do Rio Coxipó antes de cair na Cachoeira Véu de Noiva. Está havendo um excesso de utilização. Tanto por parte de empreendimento de produção de hortaliças e flores, quanto condomínimos, por exemplo”. 

Ao MidiaNews, ele explica que, no caso da empresa de verduras e hortaliças, foi informado de que o empreendimento possui licença para o uso da água. 

Mas Friedlander questiona que o processo deveria ter mais transparência e que a população deveria ter acesso à quantidade de água usada. 

“Como é feita essa medição? Quem fiscaliza? É feito uso de produtos químicos? Se sim, vai para a Cachoeira Véu de Noiva depois? Então, é uma série de questões que nós que somos da sociedade civil não temos conhecimento e ficamos assustado, porque o resultado está aí”. 

Fonte: Midia News-BRUNA BARBOSA

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