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segunda-feira, 4, novembro, 2024

Custeio da safra de soja fica 88% maior e chega a quase R$ 60 bilhões

Os produtores de soja de Mato Grosso aumentaram o uso de recursos próprios para financiar a safra 2022/2023, aponta um estudo realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O total do custeio dessa safra foi de R$ 57,99 bilhões, sendo que 33% veio direto do bolso do produtor, o que equivale a R$ 18,87 bilhões.

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Já o financiamento por multinacionais se manteve no mesmo patamar que na safra 2021/2022, respondendo por 30% do custeio. Outras fontes de recursos, por outro lado, reduziram sua participação na safra, como o financiamento de bancos com recursos federais, que caiu para apenas 2% dessa safra, três vezes menor que na safra 21/22, quando respondeu por 7% do custeio. O sistema financeiro também reduziu sua participação de 25% para 17%.

De acordo com o estudo, o uso de mais recursos próprios nessa safra tem como principal motivação o fato de os produtores estarem bem capitalizados, pois foram beneficiados pelos aumentos nos preços das commodities. Com isso, eles preferiram fazer as negociações de insumos com pagamento à vista para obterem melhores preços no mercado e escaparem das taxas de juros dos financiamentos.

“Pagamentos à vista garantem em algumas negociações descontos maiores do que a prazo, principalmente na compra de fertilizantes e defensivos, que apresentam uma maior participação dentro do custeio e que atingiram níveis elevados no último ano”, diz trecho do documento divulgado pelo Imea nesta quinta-feira (15).

Além disso, a disparada da taxa básica de juros, a Selic, foi um dos fatores que levou à redução na participação de recursos federais no custeio da safra. Conforme os dados do Banco Central, a Selic saiu de 2% em março de 2021 para 13,75% em setembro deste ano, uma alta histórica de 11,75 pontos percentuais (p.p.) em um período tão curto, o que encareceu demais o crédito.

Ainda de acordo com o Imea, os recursos federais destinados para o cultivo da oleaginosa não foram suficientes para cobrir a disparada do custo de produção, que sofreu um aumento abrupto devido à guerra entre Rússia e Ucrânia e pandemia de covid-19. Os países envolvidos no conflito estão entre os principais produtores de fertilizantes do mundo, fazendo os preços desse insumo dispararem.

Esse cenário fez com que o custeio sofresse uma alta de expressivos 88%, quando comparado com a safra 2021/22, que teve um custo de R$ 30,86 bilhões.

“Esse aumento nas despesas se deu, sobretudo, pela alta nos preços dos insumos agrícolas na última safra, principalmente para os fertilizantes, que apresentaram uma variação de +118,59% no seu custo”, afirma.

ESTADÃO MATO GROSSO

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