Três pessoas envolvidas em bloqueios na BR-163, em Mato Grosso, foram presos pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (30), nas cidades de Colorado D’ Oeste e Cerejeira, ambas em Rondônia. Os detidos são dois empresários e um motorista de aplicativo, cujos nomes não foram divulgados pela PF.
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Eles são apontados como envolvidos no episódio que prejudicou a cirurgia de um garoto de 9 anos, morador de Sorriso, que viajava com pai e foram impedidos de passar pelo bloqueio na BR-163, em Sorriso, na noite do dia 21 de novembro de 2022.
Eder Rodrigues Boa Sorte e o filho Gabriel, de 9 anos, se deslocavam de Sorriso para Cuiabá para fazer com urgência uma cirurgia oftalmológica, mas foram impedidos de seguirem viagem. “Que fique cego”, disse, à ocasião, um dos envolvidos, agora presos pela Polícia Federal.
Conforme a informações da PF, eles lideraram vários grupos para fechar a principal rodovia que interliga os municípios de Rondônia ao estado de Mato Grosso.
Os envolvidos começaram a bloquear estradas na noite do dia 30 de outubro, quando ocorreu o segundo turno das eleições sacramentando a derrota de Jair Bolsonaro (PL).
Os manifestantes usaram pneus e colchões queimados para impedir que os carros passassem. Longos engarrafamentos foram formados em diversas rodovias pelo país.
As prisões aconteceram durante mais uma etapa da operação Eleutéria, iniciada no fim da tarde de sexta-feira em uma ação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público de Rondônia (MP-RO), com apoio dos Grupos de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) e de Segurança Pública (GAESP), Polícia Civil e Polícia Militar.
Foram registrados pontos de bloqueio em 23 estados e no Distrito Federal. Pelo menos 25 voos, no Aeroporto de Guarulhos, foram cancelados devido a interdição da via que dá acesso ao terminal.
Em Mato Grosso, pacientes com emergências hospitalares foram impedidos de transitar pelas rodovias estaduais. Eles chegaram a impedir a passagem de uma criança doente. “Mesmo pessoas com crianças que dependiam de tratamento de saúde foram impedidas e constrangidas pelo grupo de manifestantes”, informou a PF.
Os crimes objetos da apuração são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
FOLHA MAX