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sábado, 16, novembro, 2024

Sema-MT recebeu 825 animais silvestres para tratamento e soltura no último ano

A Coordenadoria de Fauna e Recursos Pesqueiros da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) recebeu 825 animais silvestres, em 2022, para tratamento e soltura no ambiente natural. Estes animais são provenientes de ações de fiscalização de animais, resgates de atropelamentos ou outro dano à saúde animal, e entrega voluntária feita pelo cidadão.

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Do total, 247 foram resgatados pela Sema, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal (PRF), o que representa a maioria dos animais que passaram pelos cuidados do setor. Foram entregues de forma voluntária pela população 206 animais e 230 vieram de apreensões. 

Do total de animais recolhidos, 491 foram devolvidos à natureza após triagem e tratamento. O restante está sob cuidados especiais, com guardiões, nas dependências do Batalhão Ambiental, ou então vieram a óbito após resgate.

Entre as principais espécies recebidas estão aves (623), como araras, papagaios, canários, corujas, garças; mamíferos (135), com destaque para seis onças-pintadas, 18 tamanduás bandeira, 19 primatas, entre outras espécies; e repteis (67), sendo 15 serpentes, 48 entre jabutis, tracajá e atartaruagas, além de jacarés, iguanas, entre outros. 

Os animais foram atendidos pelas quatro clinicas credenciadas neste ano para atendimento aos animais silvestres, uma delas em Várzea Grande, e outras três no interior do estado: Barra do Garças, Sorriso e Confresa. A Sema formalizou também uma parceria com o Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (Hovet/UFMT) para atendimento. 

Conforme a analista de meio ambiente da Sema, Neusa Arenhart, o serviço oferecido pelo Estado e o credenciamento das clínicas são vitais para o atendimento das espécies que são impactadas pelas atividades antrópicas, como desmatamento, grandes empreendimentos, atropelamentos e demais atividades.

“Para a Sema, o credenciamento de clínicas é essencial para cumprir sua missão na proteção e conservação dos animais. Mesmo sendo uma ação emergencial, é necessário e importante manter e aumentar as clínicas credenciadas até que o Centro de Triagem e Reabilidação de Animais Silvestres (Cetras) seja implantado no estado”, avalia. 

A obra de construção do Cetras foi licitada em dezembro de 2022. Para a unidade, localizada em Cuiabá, está prevista a construção de um Hospital Veterinário Estadual, recintos para área de quarentena de animais silvestres e estacionamento.

Outras ações de proteção da fauna

A analista destaca também a criação do Departamento de Proteção, Defesa e Direito Animais, pelo decreto federal 11.349/2023, de 1º de janeiro. “A Coordenadoria de Fauna e Recursos Pesqueiros deve se adiantar de forma proativa ao que prevê o decreto, ser a protagonista nas ações de proteção e defesa dos animais, junto com seus parceiros, colaboradores e demais instituições, dentro das novas atribuições decretadas”, afirma. 

Neste ano, o setor também iniciou o programa de Monitoramento da Fauna Silvestre da Estrada Transpantaneira. A ação coleta dados sobre os animais captando imagens com câmeras trap, sem a interação direta que causa uma série de riscos para a vida selvagem. Além de monitorar a saúde dos animais avistados, é possível registrar os hábitos das espécies do Pantanal, emitir documentos técnicos e verificar a presença e a incidência de espécies ameaçadas de extinção.

A Sema atua também no Apoio à Conservação da Arara Azul, na região do Perigara, Barão de Melgaço, Pantanal. O objetivo é registrar e adequar ninhos naturais e artificiais utilizados pela espécie na região para auxiliar na sobrevivência dos filhotes. Houve 78 monitoramentos dos 37 ninhos identificados apenas nesta localidade. O projeto executado pelo Instituto Arara Azul que atua na conservação das araras também em Mato Grosso do Sul.

Também é feito pelo setor o plano de ação para atendimento emergencial de animais silvestres em caso de emergências ambientais. Para isso, é feito o monitoramento das condições da disponibilidade de água antes, e durante, a estiagem, além do monitoramento dos animais e reuniões com outras entidades empenhadas na proteção da fauna.

A coordenadoria está finalizando as tratativas para o monitoramento reprodutivo dos peixes da Bacia do Paraguai e Amazônica, por meio de um Acordo de Cooperação Técnica com a Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat). Esta pesquisa auxilia o Conselho Estadual da Pesca (Cepesca) a definir a melhor data para o defeso da piracema no estado.

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