Conter o avanço da Facção Comando Vermelho (CV) que atua em várias frentes em Mato Grosso é um dos principais desafios da Segurança Pública neste ano de 2023. Investigações mostram que os líderes da facção mesmo recolhidos em unidades prisionais ainda ditam as ordens de quem deve morrer ou não dentro e fora dos presídios. A facção, que já comandava o tráfico doméstico em Mato Grosso, agora também assumiu a venda de cigarros contrabandeados do Paraguai e o comerciante que não fizer a compra direto do CV é executado.
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Hoje a população das periferias, tanto da região metropolitana como de cidades mais distantes, se tornou refém da facção que impõem seu ‘governo paralelo’. Em bairros da Capital o CV já determina quem pode e quem não pode abrir uma distribuidora de bebidas e já ‘indica’ qual a marca de água mineral o comerciante precisa revender, produto que vem de um ‘parceiro’ do CV. Em outros a facção já destitui membros de associação de moradores e coloca faccionados para atuarem na solução e problemas da comunidade, inclusive alertando que a polícia não deve ser acionada nem nos casos de violência doméstica, já que o conflito do casal deve ser resolvido pelo ‘disciplina’ do bairro.
Nem o maior e mais movimentado ponto de prostituição de Várzea Grande, o Zero Quilômetro, está livre da ação dos faccionados do CV. Mulheres e transexuais que atuam na prostituição sabem que estão sujeitas a salves, os ‘corretivos’ aplicados pelos ‘disciplinas’, no caso de denúncias de furtos e roubos aos clientes. O objetivo é afastar a polícia da região onde também ocorre o tráfico de entorpecentes gerenciado pela facção.
Diante desse quadro que mostra cada vez mais a presença ostensiva do crime organizado, que intimida e cala a população mais vulnerável, o Coronel da Polícia Militar César Augusto de Camargo Roveri, que assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp) diz que a partir das reuniões com a equipe de transição o tema vem sendo debatido. Assegura que já existem investigações em andamento que devem resultar em novas operações contra o crime organizado, visando conter o avanço das facções. Sobre a implantação de bloqueadores de sinais de celulares nas unidades prisionais é um dos pontos que vem sendo analisado pela secretaria adjunta, responsável pelo sistema prisional. Roveri lembra que hoje as unidades prisionais do estado já possuem telas em suas coberturas, que impedem o recebimento pelos presos de celulares e drogas, lançados sobre os muros ou com o emprego de drones.
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