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segunda-feira, 25, novembro, 2024

Gaeco prende lideranças do CV e desmantela plano de expansão; advogados e policiais penais na mira, teve mandados em Sinop

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), força-tarefa permanente constituída pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo cumpre nesta sexta-feira (5), em Mato Grosso, 13 mandados de prisão e 11 de busca em apreensão contra lideranças da facção criminosa Comando Vermelho. A ação faz parte da “Operação Bloodworm”, deflagrada pelo Gaeco de Mato Grosso do Sul.

Em Mato Grosso, os mandados são cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Mirassol D’Oeste, Vila Bela da Santíssima Trindade, Sinop, Marcelândia e Primavera do Leste, com apoio das equipes da Rotam e da Força Tática da Polícia Militar. Os nomes dos investigados não foram divulgados. Até o momento, foram presas nove pessoas e apreendidos 14 celulares, R$ 7.492,00 em espécie, um notebook e duas porções de entorpecentes.

Em nota, o Gaeco-MS informou que a operação tem como alvo lideranças do Comando Vermelho em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, que atuavam em um plano de expansão da facção criminosa. Conforme a investigação, as ações criminosas contavam com auxílio de advogados e policiais penais. Considerando os três estados, o total de mandados de prisão é de 92, além de 38 de busca e apreensão. 

Investigação

O trabalho investigativo, que durou cerca de 15 meses, permitiu descortinar ação da facção criminosa, até então de investidas tímidas em Mato Grosso do Sul, para o fim de se estruturar e se expandir no estado, que se tornou importante rota do tráfico de drogas e de armas de fogo, em razão de sua posição geográfica (fronteira com o Paraguai e a Bolívia).

A efetiva organização do Comando Vermelho em Mato Grosso do Sul teve início a partir da união de propósitos entre as lideranças reclusas no interior da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, unidade prisional cujas rígidas regras de segurança não impediram o ingresso de aparelhos celulares para uso dos presos, o que se dava por intermédio de participação criminosa de policiais penais corrompidos e de advogado a serviço da facção.

O uso criminoso dos aparelhos celulares e as ações de “pombo-correio” empreendidas por advogados que integram a facção (gravatas) permitiam o contato entre os faccionados presos e seus comparsas em liberdade, a fim de traçar o planejamento de crimes como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas, que foram reiteradamente praticados e comprovados durante a investigação, cujo proveito serviu para o fortalecimento do Comando Vermelho MS.

Nome da operação

O nome da operação faz alusão à larva vermelha (ou verme-sangue) de nome Bloodworm, que se trata de um verme conhecido por ser feroz, venenoso, desagradável, mal-humorado e facilmente provocado. Destaca-se por sua coloração vermelha, por viver aglutinado aos demais da mesma espécie e pela grande capacidade de resistência em condições ambientais extremas. Além disso, ao se depararem com rivais, contam com seus dentes de cobre, que funcionam como verdadeiras armas, agindo de modo implacável para derrotá-los, características essas que possuem semelhanças com as ações violentas e hostis praticadas pela organização criminosa.

Comando Vermelho

O Comando Vermelho foi fundado no Rio de Janeiro há mais de 40 anos por custodiados do sistema penitenciário do Estado e desde então se proliferou por todo o Brasil, possuindo tanto integrantes reclusos quanto em condição de liberdade.

Sua atuação é voltada para obtenção de vantagem financeira em prol do progresso da organização criminosa e para a imposição de uma espécie de poder paralelo ao do Estado, o que busca alcançar por meio da prática habitual e reiterada de nefastos crimes, como roubos, homicídios contra rivais e agentes de segurança pública, tráfico de drogas e de armas, além da corrupção de agentes públicos.

OLHAR DIRETO – FABIANA MENDES

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