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Mato Grosso
domingo, 24, novembro, 2024

Indígenas são baleados por seguranças de PCHs durante manifestação entre Sapezal e Campos de Júlio

Pelo menos 20 indígenas da etnia Enawenê-Nawê ficaram feridos após supostamente terem sido agredidos por seguranças de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), próximo ao Rio Juruena, durante uma manifestação no domingo (25).

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De acordo com as informações da Polícia Civil, o fato aconteceu nas áreas de duas PCHs localizadas às margens do rio Juruena, nos municípios de Campos de Júlio e Sapezal.

O fato aconteceu enquanto os indígenas estavam realizando uma manifestação para conseguir uma reunião com a empresa  Hydria Geração de Energia, que supostamente estaria usando o terreno.

Durante a manifestação, com cerca de 400 indígenas, os seguranças efetuaram vários disparos usando balas de borrachas.

Em uma das imagens é possível ver um dos indígenas com vários ferimentos nas costas. Um dos representantes da etnia, Lalokwarise Detalikwaene Enawene, afirmou que no momento do protesto nenhum dos indígenas estava armado.

“Nós chegamos ontem lá e os seguranças deram tiros na gente. Nós não carregamos flecha, burduna, não fazemos nada e eles brigaram com a gente”, disse o líder.

Um vídeo gravado pelos indígenas mostra os seguranças efetuando vários tiros. Os feridos receberam atendimento. Uma equipe da Delegacia de Polícia de Sapezal está no local, em diligências, para a apuração do ocorrido.

Os representantes estão em contato com a  Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e com a Polícia Federal para recuperar os carros apreendidos.

Foi apontado ainda que a empresa construiu oito PCHs no Rio Juruena e que pagam um valor em dinheiro aos indígenas para conseguirem usar a área.

O Olhar Direto entrou em contato a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, que informou que as PCH’s Rondon, Parecis, Telegráfica e Campos de Júlio estão licenciadas e não ocupam Terras Indígenas. 

Sobre o pagamento citado, este tipo de acordo não passa pelo licenciamento ambiental. Pode ocorrer por via judicial, com interveniência da Funai, Ministério Público Federal e Justiça Federal.

O espaço segue aberto para o posicionamento da Hydria Geração de Energia.

OLHAR DIRETO

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