Com as suspeitas levantadas por um relatório divulgado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre o dinheiro doado via Pix a Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente afirmou que usou valores da própria conta bancária para apostar na Mega-Sena e pagar contas domésticas. No total, Bolsonaro arrecadou R$ 17,1 milhões em doações, supostamente doados por apoiadores, via Pix. Em uma rede social, o ex-presidente afirma: “Tudo o que paguei, ou transferi, até 23/junho nada tem a ver com o arrecadado via Pix”. O documento do Coaf está em posse da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. O colegiado pretende investigar se há ilegalidades na movimentação bancária do ex-presidente.
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Segundo o ex-presidente, R$ 14.268,04 foram utilizados para fazer apostas em uma lotérica em Eldorado (SP), onde um de seus sobrinhos trabalha. No total, foram feitas 17 transferências via Pix para essa finalidade.
No relatório do Coaf, a lotérica aparece com o nome de registro Casa Lotérica Bolsonaro Ltda., que é apresentada com o nome fantasia de Trilha da Sorte. “A maioria dos depósitos são múltiplos do valor da aposta de sete números da Mega-Sena. Por duas vezes fiz a quadra nos últimos meses”, disse Bolsonaro.
Além disso, o ex-presidente também afirmou que R$ 56.073,10 foram pagos a Michelle para os gastos dela, das duas filhas e da casa; e mais R$ 11.543,94 foram destinados a Osmar Crivelatti, um de seus assessores. Segundo Bolsonaro, o valor corresponde ao reembolso de despesas.
Crivelatti aparece como homem de confiança de Bolsonaro no episódio das joias saudidas e, recentemente, foi citado no caso em que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid tentou vender um relógio de luxo recebido em viagem oficial.
Os valores aparecem no relatório do Coaf que analisou o período de 1º de janeiro a 4 de julho de 2023, e, segundo o documento, provavelmente têm relação com a campanha de arrecadação de doação. Apesar da data, Bolsonaro afirma que a campanha do Pix foi iniciada em 23 de junho e que os pagamentos e as transferências não têm relação com o arrecadado.
O documento com as movimentações financeiras de Bolsonaro está em posse da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. A comissão quer saber agora se houve o uso de CPFs falsos para simular doações. Além disso, há também uma linha de investigação que apura se há doadores “laranja”, para disfarçar uma possível origem criminosa dos recursos.
R7 NOTÍCIAS