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sábado, 26, outubro, 2024

Mauro ignora pressão e defende novas hidrelétricas de R$ 250 milhões que o filho é sócio

O “menino prodígio” dos negócios em Mato Grosso está junto nos investimentos com genro de Mauro Carvalho e família Maggi

O filho do governador, Mauro Mendes (DEM), o jovem, Luis Antônio Taveira Mendes – que acaba de completar apenas 24 anos e é ironicamente apontado como um “fenômeno” dos negócios mato-grossenses, fazendo empresas darem saltos milionários em patrimônio – aguarda com seus sócios licenças ambientais do Governo do Estado para explorar dois rios do estado com duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), que envolvem a relevante cifra de R$ 250 milhões.

O “garoto prodígio”, como já mostrou o MINUTO MT, tem como sócios pessoas conhecidas da política mato-grossense, entre eles Hélio Palma de Arruda Neto, genro do atual secretário chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Mauro Carvalho, o “Maurinho”, figura que conta com um apreço imensurável dentro do coração do atual governador.

Juntos, Luiz e Hélio aguardam manifestação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SEMA em um projeto de PCH que compreende 10 megawatts de potência e que está avaliado em R$ 100 milhões. Segundo apurado pela reportagem, o processo tem andado com celeridade acima da média e deve, em breve, mudar o horizonte na região localizada entre o limite dos municípios de Jaciara e Santo Antônio de Leverger, local conhecido fora das fronteiras estaduais por ser propício à canoagem.

Essa, porém, não é a maior PCH que o menino de ouro tem relações. A Sollo Energia SA, empresa que tem Luis Mendes como representante legal, tem sociedade com Saue Geração de Energia LTDA, que antes se chamava Sapezal Energia LTDA. A Saue tem, nada mais nada menos, que as famílias Marchett e Maggi Scheffer em seu controle, e aguarda para efetivar uma nova PCH de R$ 150 milhões, segundo apurado pelo MINUTO MT.

Enquanto isso, com vários dos principais rios de Mato Grosso, como o Paranatinga e o Paraguai, atingindo níveis históricos de seca, transformando cenários abundantes de água em um triste depósito de pedras, o governador de Mato Grosso saiu em defesa ferrenha das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), que exploram espaços aquíferos mato-grossenses, e colocou a realidade caótica tudo na conta das poucas chuvas.

A fala do governador na última quarta-feira (6) foi de visível irritação com a ação de Organização Não-Governamentais – ONGs que criticam os impactos no meio ambiente das centrais hidrelétricas. “Alguém tem que contar para eles (ONGs) isso. Não adianta vir com essa conversinha que isso não tem a menor sustentabilidade no campo técnico, principalmente aquele que mostra a meteorologia. Nós estamos vivendo a pior seca do século aqui no Brasil e eles vem botar a culpa na PCH? Brincadeira”, advogou.

Pressão ignorada

O Fórum Mato-Grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad) recentemente fez críticas aos licenciamentos de PCHs no estado. Segundo eles, os impactos serão negativos pois a fauna dos rios será prejudicada. Em junho, um grupo de pescadores e entidades ligadas ao meio ambiente fizeram uma petição com quase mil assinaturas contra a instalação das Centrais Hidrelétricas, inclusive a do grupo empresarial do filho do governador.

Na época, a bióloga Luciana Ferraz lembrou que “a Lei Nacional de Recurso Hídrico diz que as águas são de uso múltiplo, para todos os usuários da bacia. Não é interessante um único usuário do setor hidrelétrico ficar com todo o potencial da bacia para ele, em detrimento de uma única atividade, causando problema para todos os demais usuários”.

Mauro não só ignorou os pedidos como autorizou que a SEMA seguisse com seus trabalhos de deliberações de licenças, que beneficiarão diretamente negócios milionários que seu filho está integralmente envolvido. “Olha, represar água não mata rio, até onde eu sei (…) Os projetos que passam pela Sema não necessariamente passam pelo Governador”, esquivou-se Mauro.

FONTE: MINUTO MT | FOTO DESTAQUE: Reprodução

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