O cenário de tempo seco, sol forte e temperaturas constantemente acima dos 40 °C, tem gerado apreensão nas lavouras mato-grossenses. Nos municípios de Diamantino e Campo Novo dos Parecis, destaques na produção de soja, o alerta dos agricultores é com os efeitos que o calor excessivo e a baixa umidade podem causar nas plantas.
Numa safra que já começa com a rentabilidade em xeque, toda ameaça ao desempenho das lavouras é motivo para preocupação.
O agricultor Flávio Kroling pretende plantar 1,8 mil hectares de soja na sua propriedade. Mas segundo ele, como este é um ano de El Niño, é preciso tomar muito cuidado.
“Tivemos umas duas ou três chuvas, houve umidade para iniciar o plantio, mas secou muito rápido. Então plantamos 10% e paramos o plantio porque a terra está muito seca. As plantas estão emergindo, tem umidade para nascer, mas é questão de uma semana mais ou menos. Tem que ter uma nova chuva”, explicou Kroling.
Já na propriedade do produtor Rodrigo Konageski, as chuvas chegaram a até 60 milímetros proporcionando uma maior segurança para o plantio. Entretanto, na região não chove há uma semana e a umidade do solo está acabando. Nas suas duas propriedades, a previsão é de cultivar 9,7 mil hectares da oleaginosa.
“Vamos só fechar o talhão e parar o plantio devido a falta de chuva. Tem área que tem cobertura de palhada, mas tem bastante área que está preparada que foi feito investimento de correção de solo, de calcário, de adubação, grade e subsolador e está desprotegida, então isso acaba gerando um risco maior”, pontuou Konageski.
Em Campo Novo do Parecis, região oeste do estado, nesta safra o cultivo deve chegar a 380 mil hectares de soja. Os trabalhos de desenvolvimento no campo estão bem adiantados e de acordo com o Sindicato Rural da região, pouco mais de 60% do volume previsto foi semeado.
“Nós temos muitas previsões apontando veranicos, então assim, nós só estamos aguardando o momento em que ele vai chegar. É natural que todo ano aconteça, todo ano a gente tem uma certa perda por essa questão de veranico em outubro, principalmente, em novembro, dezembro. A gente torce para que isso seja o mínimo possível”, comentou o presidente do Sindicato Rural de Campo Novo dos Parecis, Bruno Giacomet.
A apreensão dos agricultores agora são as altas temperaturas e uma possível janela de estiagem prevista para região durante o ciclo da cultura, o que pode colocar em risco o rendimento da lavoura no campo.
Vinicius Sponchiado, agricultor na região, deve plantar 10,5 mil hectares de soja. A meta dele é concluir o plantio dentro de uma janela que fique favorável para o cultivo da segunda safra. “Estamos tendo temperaturas de 43ºC, 44ºC aqui durante o dia, sem umidade no solo podem estar ocorrendo escaldaduras nas plantas e isso faz a gente perder planta e produção”, explicou.
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