A delegada responsável pela investigação do feminicídio contra Francisca Alves Nascimento, de 35 anos, nesta segunda-feira (15), em Lucas do Rio Verde, contou que o suspeito do crime, Marcelo Ochoa de Freitas, de 46 anos, se encontrou com uma das enteadas na rodoviária do município, tirou uma foto com ela e enviou para a companheira horas antes do crime.
Segundo a delegada Ana Terra, durante o interrogatório, o homem contou que disse para uma das filhas da vítima que se mudaria para Sinop, no norte do estado, fazendo com que a menina fosse até ele para se despedir.
A Polícia Civil informou que o casal tinha um relacionamento há quatro anos e, por causa do tempo de relacionamento, ele possuía um vínculo com uma das meninas, que, segundo ele, o chamava de tio.
Ainda de acordo com a delegada, o homem deu detalhes do ocorrido e não demonstrou arrependimento.
O crime ocorreu no Bairro Alvorada, por volta das 20h, em frente ao Terminal Rodoviário do município. Câmeras de segurança registraram o momento em que o suspeito encurrala Francisca e a esfaqueia diversas vezes. A mulher tenta reagir, mas é impedida pelo suspeito, que levanta e foge.
De acordo com a Polícia Militar, Marcelo tentou embarcar em um ônibus, mas foi detido por populares e preso pelos militares, em seguida. Aos policiais, ele disse que cometeu o crime após uma suposta traição e término de relacionamento com a vítima.
Denúncias por violência doméstica
Francisca procurou a polícia e denunciou o companheiro em março de 2022 e dezembro de 2023. Segundo a delegada, ele foi preso em flagrante nas duas ocasiões e ela negou a medida protetiva.
“Ela não entendia que vivenciava um ciclo de violência doméstica e por isso não quis medida protetiva nenhuma das vezes. Com quatro meses de relacionamento os atos de agressão já começaram”, disse a delegada.
Nas redes sociais, duas filhas de Francisca lamentaram o ocorrido e prestaram homenagens para a mãe.
“Se eu soubesse que aquele seria nosso último abraço, eu nunca teria soltado você”, disse uma das meninas.
A Polícia Civil ainda irá ouvir outras pessoas e segue investigando o caso como feminicídio.
G1 MT