O menino Moizes Amorim da Cruz, 3 meses, morreu nessa terça-feira (30), após dar entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sorriso com sintomas de gripe. A família denuncia negligência médica.
Em entrevista para a imprensa local, a mãe do menino, Sirleia Cruz, contou que levou a criança à UPA e a médica receitou um analgésico e mandou a criança para casa. No dia seguinte, o menino piorou e a mãe voltou com ele para a unidade de saúde.
Ela relata que chegou a ser repreendida pela médica do plantão, porque aquele não era um ambiente para criança. Mas a mãe justifica que não tinha outro lugar para buscar ajuda.
“Eu vou procurar onde se não for onde tem médico? Eu vou procurar onde? Não tem como, era lá que eu ia procurar”, disse.
A mãe conta que a criança não estava mamando e gritava de dor nos corredores da unidade de saúde. A mãe questionou sobre um hematoma que havia surgido no pescoço do menino, mas a doutora disse que deveria ser uma assadura.
Durante o atendimento, o plantão dessa primeira médica terminou. Uma outra profissional diagnosticou a criança com uma infecção, receitou alguns medicamentos e mandou a mulher voltar, caso Moizes não melhorasse.
Naquela madrugada, o quadro do menino piorou. A família decidiu procurar um hospital particular. Na unidade, o médico rapidamente percebeu o quadro grave da criança e disse para a mãe que ele precisaria ficar internado por pelo menos sete dias.
Ele também explicou que o hematoma no pescoço da criança, que a médica havia dito que era uma assadura, era na verdade um abscesso. A mãe relatou que em nenhum momento algum profissional da UPA disse que a criança precisava de internação.
Como a família não tinha condições de manter a internação da criança, a mãe pediu que o médico o transferisse para o Hospital Regional da cidade. O médico tentou, mas não conseguiu. O que ele fez foi encaminhar uma carta para a UPA de Sorriso pedindo que a criança fosse transferida para o Hospital Regional com urgência.
A mãe conta que assim que Moizes deu entrada na unidade, foi atendido com prioridade devido a gravidade do seu caso.
Ele estava com dificuldade para respirar e estava ficando com uma coloração arroxeada. Ele começou a melhorar após fazer inalação, mas os médicos perceberam que a pulsação dele estava diminuindo.
Sirleia disse que o filho foi levado nesse momento pela equipe médica e ela não voltaria a vê-lo com vida.
Os médicos contaram que o menino teve duas paradas cardíacas. Eles conseguiram trazer ele de volta na primeira vez, mas como ele estava muito debilitado devido ao tempo, sem se alimentar por causa da doença, ele não resistiu à segunda parada.
“Ele ficou tão pouco tempo com a gente. Deviam ter feito alguma coisa para ajudar ele, ter feito um exame, um raio-x, mas não fizeram nada”, disse a mãe chorando.
A criança foi sepultada na tarde de terça-feira (30), no Cemitério Municipal de Sorriso.
Outro lado
A Prefeitura de Sorriso emitiu uma nota expressando condolências e informou que medidas estão sendo tomadas para apurar a qualidade do atendimento recebido por Moizes e sua família.
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