Quanto mais pobre a família, mais afetada ela foi pelo aumento de preços nos cinco primeiros meses deste ano. É o que mostra o indicador de Inflação por Faixa de Renda do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta sexta-feira (14). O índice divide as famílias em seis faixas de receita: muito baixa, baixa, média-baixa, média, média-alta, alta. Para as três primeiras, a inflação deste ano é maior que o IPCA oficial, calculado em 2,27%.
No caso dos grupos de renda muito baixa, o índice está em 2,57% em 2024. Entre abril e maio, o índice avançou de 0,41% para 0,48%. Segundo o Ipea, os grandes vilões são encontrados nos supermercados: alimentos consumidos em domicílio e artigos de higiene pessoal. A alta nos custos de água, esgoto e energia elétrica também tem destaque nesta conta.
O relatório do órgão atribuiu parte dos problemas inflacionários deste ano aos efeitos dos eventos climáticos extremos. Apesar dos resultados ruins, as famílias mais pobres são o grupo menos afetado pela inflação acumulada nos últimos 12 meses. Quando visto por esse ângulo, o indicador geral está em 3,93% e afeta mais quem tem renda alta, média ou média-alta.
Neste último caso, o Ipea indica que os principais responsáveis estão nos grupos de alimentos e bebidas, transportes e saúde e cuidados pessoais. Carnes, aves e ovos, leites e derivados e óleos e gorduras tiveram uma redução de preço que variou entre -8% e -1,2%. Os cerais, tubérculos, frutas e hortaliças tiveram aumentos que foram de 12,1% a 38,4%.
Nos transportes, as passagens aéreas lideram o ranking de reajuste de preços, com ganho de 19,9% em 12 meses. Elas são seguidas pelo transporte por aplicativo (11,7%), metrô (10,4%) e ônibus intermunicipal (10,2%).
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