Ministério Público Eleitoral recomenda condenação da Real Dados por suposta manipulação em pesquisa eleitoral em Sinop

O Ministério Público Eleitoral (MPE) emitiu um parecer favorável à condenação da empresa Real Dados e Pesquisas por suposta manipulação na divulgação de uma pesquisa eleitoral em Sinop, a 503 km de Cuiabá. A pesquisa, publicada em 05 de agosto de 2024, apontava uma ampla vantagem para o atual prefeito, Roberto Dorner (PL), na disputa pela prefeitura. Segundo a pesquisa, Dorner aparecia com 58,5% das intenções de voto, enquanto a candidata Mirtes da Transterra (Novo) registrava 32,2%. A pesquisa foi registrada sob o número MT-09475/2024, com base em entrevistas realizadas entre 26 e 28 de julho com 600 eleitores.

PublicidadeO Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e Ediceu Bittencourt de Lima questionaram a lisura da pesquisa, alegando que a mesma apresentava inconsistências e contradições graves. Entre as irregularidades apontadas, destacam-se divergências entre o formulário inicial e o caderno final de resultados, especialmente em perguntas sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Mauro Mendes. A ausência de respostas a perguntas registradas previamente também foi destacada, como a que questionava os eleitores sobre quem consideravam o melhor candidato a vice-prefeito.

O promotor eleitoral, Pedro da Silva Figueiredo Junior, concordou com os argumentos apresentados e manifestou-se pela procedência da denúncia. Ele destacou que as irregularidades poderiam influenciar significativamente os resultados, prejudicando a integridade do processo eleitoral.

A legislação eleitoral é rigorosa em casos de fraude ou manipulação de pesquisas. De acordo com a lei, divulgar pesquisas sem metodologia clara ou sem registro na Justiça Eleitoral pode resultar em multas de até R$ 106 mil e sanções criminais. O advogado especialista em Direito Eleitoral, Hélio Ramos, reforçou, em entrevista ao jornalista Geraldo Araújo, que o compartilhamento de pesquisas fraudulentas pode acarretar pesadas multas e até prisão.

A decisão final sobre o caso ainda está pendente, mas o parecer do MPE já aponta para uma possível penalidade severa à empresa responsável pela pesquisa.

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