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quinta-feira, 21, novembro, 2024

MPF e Polícia Federal investigam fraudes de R$ 400 milhões na Unimed Cuiabá

Na manhã desta quarta-feira (30), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal deflagraram a Operação Bilanz, com o objetivo de investigar fraudes administrativas e financeiras na Unimed Cuiabá entre 2019 e 2023. O ex-presidente da cooperativa, Rubens de Oliveira Júnior, é um dos principais alvos da operação, que apura um rombo de aproximadamente R$ 400 milhões nas contas da entidade. Equipes da operação cumprem seis mandatos de prisão nos estados de Mato Grosso e Minas Gerais.

Além de Rubens de Oliveira Júnior, outros ex-integrantes da gestão da Unimed Cuiabá são alvos da operação, incluindo Ana Paula Parizotto e Eroaldo de Oliveira. Ana Paula já está na sede da Polícia Federal, prestando depoimento ao delegado responsável pelo caso, Daniel Rocha.

A investigação aponta a prática de manipulação de balanços contábeis apresentados à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), incluindo a ocultação de um déficit de cerca de R$ 400 milhões no balanço patrimonial da cooperativa em 2022. Os envolvidos são investigados por crimes de falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Para avançar na apuração, o MPF solicita o cumprimento de mandatos de busca e apreensão, além do levantamento de sigilos telemático, financeiro e fiscal dos suspeitos, além do sequestro de bens.

Prejuízo Milionário e Reestruturação

Com cerca de 220 mil usuários e uma participação de 60% no mercado estadual, a Unimed Cuiabá possui uma rede de 1.381 médicos cooperados. Em março de 2023, uma eleição histórica elegeu o urologista Carlos Bouret como presidente da cooperativa, marcando o início da identificação de irregularidades na gestão anterior.

Em 27 de junho, os cooperados participaram de uma Assembleia Geral Extraordinária, na qual os auditórios independentes PP&C Auditores apresentaram um balanço revisado, revelando o rombo de R$ 400 milhões, contradizendo o saldo positivo de R$ 371,8 mil reportado pela administração de Rubens de Oliveira. Entre os pontos críticos estavam os custos elevados e a execução incompleta de dois empreendimentos – o hospital próprio e um centro de cuidados terapêuticos – que consumiram R$ 95 milhões sem a conclusão das obras.

A operação segue em andamento, e o MPF informou que manterá o público atualizado sobre o desenrolar das investigações dentro dos limites legais de divulgação.

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