A valorização do dólar, que atingiu R$ 5,8619 nesta quarta-feira (6), após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, trouxe um cenário de incertezas para o agronegócio de Mato Grosso. Cidades como Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde, polos da produção agrícola no estado, sentiram de imediato o impacto da alta da moeda americana, com um aumento significativo nas buscas por informações sobre o tema nos últimos dias.
Por um lado, a desvalorização do real frente ao dólar impulsiona as exportações de commodities agrícolas brasileiras, como a soja, principal produto da pauta de exportações de Mato Grosso. Com o dólar mais alto, os produtos brasileiros se tornam mais competitivos no mercado internacional, o que pode gerar um aumento nas receitas dos produtores.
No entanto, a euforia das exportações é temperada pela alta dos custos de produção. A maioria dos insumos utilizados no campo, como fertilizantes e defensivos agrícolas, são cotados em dólar. Com a valorização da moeda americana, esses insumos ficam mais caros para os produtores, pressionando as margens de lucro e comprometendo a rentabilidade das atividades agrícolas.
Rafael Atunes, economista especializado em agronegócio, alerta para os desafios enfrentados pelos produtores neste cenário. ‘A alta do dólar é uma faca de dois gumes. Por um lado, estimula as exportações, mas, por outro, encarece os custos de produção. Essa dualidade exige um planejamento cuidadoso dos produtores para garantir a sustentabilidade das atividades agrícolas’, afirma.
A comercialização da safra 2023/2024 já está bastante avançada, mas a incerteza quanto à evolução do câmbio nos próximos meses preocupa os produtores. A soja, principal cultura do estado, é negociada em dólar no mercado internacional, mas o preço pago ao produtor em reais pode ser impactado pela variação da moeda americana.
Para produtores da região a alta do dólar é um desafio a ser superado. ‘Precisamos buscar alternativas para reduzir os custos de produção e garantir a competitividade dos nossos produtos no mercado internacional. A união entre produtores, governo e instituições de pesquisa é fundamental para encontrar soluções para esse problema’, destaca.
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