Decisão do produtor americano sobre uso dos insumos pode mudar cenário de preços da soja e até definir cotações para os fertilizantes
Depois de uma semana de boas altas e de certa volatilidade, os futuros da soja fecharam o pregão desta sexta-feira (19) com estabilidade e leves baixas. As posições mais negociadas terminaram o dia com perdas de 0,25 a 2 pontos, com o janeiro sneod cotado a US$ 12,63 e o maio, US$ 12,84 por bushel.
O mercado cedeu sentindo a pressão do petróleo nas bolsas internacionais. A commodity cedeu mais 3% somentes nesta sessão, com o brent voltando aos US$ 78,46 por barril. A despencada do petróleo não pressionou só a soja e os futuros do óleo também negociado na CBOT – que perdeu mais de 1,5% – mas commodities de outros grupos também, como o açúcar.
Na contramão, porém, ficou o farelo de soja, que terminou os negócios desta sexta em Chicago do lado positivo da tabela, subindo entre 0,28% e 0,61%. O dezembro fechou o pregão com US$ 371,80 por tonelada curta, enquanto o o maio/22 foi US$ 361,50/ton.
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Como explicou Carlos Cogo, sócio-diretor da Consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, há tempos o óleo vinha dando suporte aos preços do grão, mas esta é a vez do farelo de soja. “As margens de esmagamento estão muito boas nos Estados Unidos, a demanda interna por lá também é boa e isso compensou a fraqueza das exportações, que é normal agora”, disse, em entrevista ao Notícias Agrícolas neste 19 de novembro.
E essa alta do farelo ajudou a limitar as baixas do grão na Bolsa de Chicago nesta sexta.
MERCADO NO BRASIL
Ainda como explica Cogo, o viés para o mercado brasileiro da soja é baixista a partir de agora, com os prêmios já sinalizando este movimento. A soja 2021/22 do Braisl chega mais cedo nesta temporada dado o ritmo recorde de plantio.
“Os primeiros meses que envolvem a colheita já apresentam prêmios bem mais baixos do que foram praticados primeiros meses deste ano”, diz. Assim, mesmo com os futuros na CBOT ainda em bons patamares, em uma margem de US$ 12,50 a US$ 12,90, o recuo dos prêmios – que também deve acontecer mais cedo este ano – é o que pode influenciar a formação dos preços no mercado nacional e provocar cotações mais baixas em reais.
Assim, aos poucos o produtor vai encontrando as oportunidades para fazer novos negócios, inclusive para a safra 2022/23 – como mostram os exemplos trazidos por Carlos Cogo durante sua entrevista. Confira as tabelas e gráficos no vídeo acima. A atenção, de acordo com as orientações do executivo, devem estar redobradas diante dos elevadíssimos custos dos insumos.
Fonte: AgroLink