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sábado, 18, janeiro, 2025

Passageiros se arriscam em ônibus ilegais durante viagens entre Sorriso ao estado do Maranhão; veja os valores da diferença da passagem

Em busca de economia, muitos passageiros têm optado por uma alternativa que, embora mais barata, coloca suas vidas em risco: os ônibus clandestinos. A rota entre Sorriso (MT) e o estado do Maranhão é um dos trajetos onde essa prática ilegal se torna cada vez mais frequente, atraindo usuários com passagens que chegam a custar até R$ 600, enquanto os bilhetes oficiais das empresas regulares, adquiridos nas rodoviárias, podem ultrapassar R$ 1.000.

O atrativo do preço e os riscos envolvidos

A economia no valor das passagens é justificada pela ausência de custos com inspeção veicular, manutenção obrigatória e seguro de viagem. No entanto, essa redução de despesas tem um preço alto para os passageiros: ônibus em condições precárias, motoristas sem qualificação comprovada e a ausência de qualquer garantia em caso de acidentes.

De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além de infringirem as leis de transporte, essas viagens colocam em risco a vida dos passageiros. Operações de fiscalização têm sido intensificadas, mas a oferta clandestina persiste, impulsionada pela alta demanda e pelo apelo financeiro.

“Os passageiros têm que ir a lugares afastados, fora da rodoviária, para embarcar. Apesar do preço mais baixo, a gente percebe que algo tão barato pode custar muito caro,” relatou Jurema Araújo, que já utilizou o serviço. Ela destaca que as condições do transporte são preocupantes, com ônibus antigos e muitas vezes sem os itens básicos de segurança.

Depoimentos revela o perigo

Apesar dos perigos, alguns passageiros reconhecem vantagens no serviço clandestino, como a flexibilidade nos horários e a rapidez no embarque. “É velhinho, mas o bicho é bom”, comentou um usuário que prefere não se identificar. Outro passageiro revelou que algumas empresas clandestinas permitem que os viajantes durmam no ônibus antes da partida, uma comodidade que ele considera um diferencial.

Fiscalização e apreensões

Recentemente, em Sorriso, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) interceptou um ônibus clandestino que realizava o trajeto entre Mato Grosso e Maranhão. A abordagem ocorreu no km 733 da BR-163, e o veículo apresentava diversas irregularidades: pneus carecas, tacógrafo inoperante e apenas um motorista para uma viagem de mais de 3.000 quilômetros. Além disso, o ônibus operava sem autorização da ANTT e sem seguro para cobrir eventuais acidentes.

Diante das condições alarmantes, o ônibus foi apreendido e encaminhado para o pátio de Sorriso. Segundo a PRF, essas ações são essenciais para combater o transporte irregular e garantir maior segurança nas rodovias.

Um problema persistente

A prática de viagens clandestinas não é nova no Brasil, mas sua presença ainda é marcante em regiões com pouca oferta de transporte regular ou preços elevados. Na zona leste de Sorriso, por exemplo, é fácil encontrar agências clandestinas oferecendo passagens para destinos populares no Nordeste. Com preços atrativos, a demanda segue alta, alimentando um ciclo difícil de ser quebrado.

Enquanto o combate a essas operações ilegais avança, a escolha por esse tipo de transporte continua sendo um dilema para muitos passageiros: economia de curto prazo ou segurança para o futuro?

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