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sexta-feira, 25, outubro, 2024

Apenas 34,3% dos mato-grossenses aprovam Mauro Mendes

Pesquisa divulgada pelo portal O TEMPO, em amostragem de abrangência nacional, realizada do último dia 9 a 15 de setembro, pelo Instituto DATATEMPO, em análise especial ao desempenho de governadores, aponta que Mauro Mendes (DEM), de Mato Grosso, tem apenas 34,3% de aprovação popular.

Mayke Toscano

O gestor do estado campeão da produção nacional, segundo a publicação dos últimos dias, conta com 45,7% da população desaprovando completamente seu trabalho, enquanto outros 20% dos entrevistados disseram não querer opinar.

A pesquisaDATATEMPO foi realizada por meio de 2.025 entrevistas domiciliares, em todas as regiões do país. A margem de erro do levantamento é de 2,18 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é 95%.

Reflexos políticos

O quadro é preocupante do ponto de vista de busca de reeleição, maior objetivo atual de Mendes. Em comparação a gestores vizinhos, por exemplo, o mato-grossense viu Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, receber mais de 54% da validação popular, número idêntico ao conquistado por Reinaldo Azambuja (PSDB), de Mato Grosso do Sul.

Dentro do quadro que explicaria a baixa aceitação à figura de Mauro Mendes, estaria seus constantes confrontos com Jair Bolsonaro, o que bate com números recentemente coletados por pesquisa feita pelo senador Wellington Fagundes (PL), em Mato Grosso, que mostram a maioria dos mato-grossenses apoiando o atual presidente.

Mauro, contudo, ainda possui déficits acumulados por sua distância do interior durante os últimos anos. Em cidades polo como Rondonópolis, praticamente não se notou a presença do governador e das suas ações políticas desde janeiro de 2019, quando o mesmo assumiu a cadeira mais nobre do estado.

Pessoalmente falando, Mendes também não é um perfil carismático. O semblante sisudo, no passado, foi contornado em sua gestão como prefeito de Cuiabá por importantes resultados administrativos. No comando de Mato Grosso, todavia, sua obsessão em criar novas taxas e aumentar impostos já existentes tem praticamente inviabilizado setores primordiais à economia, como é o caso da indústria, construção civil e comércio.

A telha de barro, por exemplo, chegou aumentar até 50% dos seus valores no estado. Na economia doméstica, Mauro também tem perdido pontos com a comercialização do gás mais caro do Brasil, bem como a gasolina e outros combustíveis.

Mauro da Taxa

Por mais que tente se esquivar da fama de “taxador”, com o discurso de eficiência administrativa, a verdade é que o gestor não conseguiu comprovar um corte de gastos suficientes dentro da máquina que justificasse a escala acentuada do caixa estadual, deixando claro que o aumento do orçamento disponível está inteiramente ligado a uma tributação mais pesada nas costas do contribuinte, isso em plena pandemia.

O Governo de Mato Grosso encaminhou à Assembleia Legislativa de Mato Grosso – ALMT um projeto de lei de diretrizes orçamentárias, estimando a arrecadação de impostos e transferências, para ano que vem, em R$ 24,3 bilhões. Em 2019, primeiro ano de Mauro no Governo, entraram nos cofres R$ 10,7 bilhões.

O crescimento de quase 150% nos valores arrecadados também tem sua parcela de explicação no desenvolvimento pujante do estado, mas está majoritariamente ligado ao aumento de impostos, como já testemunhado ao MINUTO MT por representantes de setores produtivos.

Imposto do sol

Em um dos episódios mais emblemáticos, Mauro ficou conhecido como o governador que “taxa até o sol”, por cobrar Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS sobre o sistema que muitas empresas e famílias estão instalando para fugir das altas tarifas da Energisa. Mesmo depois de uma derrota no legislativo estadual, Mauro seguiu com a cobrança, com a justificativa que a cobrança é legal e que era uma maneira dos “mais ricos também contribuírem”.

A verdade, entretanto, segundo a manifestação da maior parte dos empresários e demais profissionais que atuam no setor é que a clientela, majoritariamente, é composta de pessoas que financiam o sistema para pagar em cinco ou até seis anos, trocando o valor da fatura da Energisa pela mensalidade, no caso, acrescida do ICMS de Mendes.

Fonte: Minuto MT

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