Exploradas pelo tráfico, dezenas de cadelas da raça American Bully eram usadas como matrizes para gerar filhotes de forma incessante que depois eram vendidos pelos criminosos. Enjaulados em locais sujos e escuros, os machos passavam por processo caseiro e doloroso de coleta de material para inseminação artificial nas fêmeas.
O inquérito que apura o caso já foi relatado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Na ocasião, equipes da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) estouraram um consultório veterinário clandestino no Recanto das Emas, em 15 de dezembro. Os investigadores resgataram 23 cachorros vítimas de maus-tratos.
Durante as investigações, a PCDF identificou que um traficante da invasão conhecida como Cobra Coral, na Asa Sul, faturava com a clínica clandestina comercializando os filhotes de American Bully. As fêmeas passavam por cesáreas domésticas, sempre com péssimas condições de higiene.
Fundo de quintal
Laudos periciais e apurações da PCDF apontaram que as cadelas tinham o útero aberto por pessoas sem qualquer formação veterinária. As fêmeas tinham as barrigas costuradas com anzol de pesca e linha inapropriada.
Já os filhotes eram retirados sem cuidados. De acordo com as investigações, os que sobreviviam eram mutilados de forma caseira e tinham as orelhas cortadas sem assepsia.
Depois, eram comercializados na internet por altos valores como filhotes saudáveis, para garantir outra fonte de renda aos traficantes. No local foram encontrados diversas medicações de uso controlado onde, segundo as investigações, ficou constatado a prática de exercício ilegal de medicina veterinária, já que os animais eram submetidos a procedimentos clandestinos e outras crueldades.
Fonte: Metrópoles