Uma campanha inusitada começou a circular amplamente em grupos de WhatsApp, chamando atenção pela irreverência e pelo contexto político. A mensagem, que já aparece com o aviso “Encaminhada com frequência” no aplicativo – indicador de que foi compartilhada por um grande número de usuários –, sugere uma espécie de protesto direcionado ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A mensagem diz:
“Estou começando uma campanha: Quando te perguntarem: CPF na nota? Responda SIM. E passe esse.
Fernando Haddad
CPF 0*2.3*1.1*8-**
Vamos deixar Haddad doido.”
O movimento surgiu em meio à polêmica sobre a normativa do Pix, que gerou críticas generalizadas. Após grande repercussão, o Governo decidiu revogar a regra, mas o episódio parece ter deixado espaço para manifestações de descontentamento, como essa campanha de compartilhamento do CPF do Ministro.
Especialistas avaliam o caso como uma combinação de insatisfação política e a criatividade típica dos brasileiros para protestar. A campanha explora o recurso do CPF na nota fiscal, que em muitos estados oferece benefícios como descontos no IPVA ou possibilidade de participação em sorteios, mas também irá comprovar uma grande aquisição de produtos ou serviços pelo seu CPF, incompatível com sua renda.
Implicações legais e éticas
Apesar do tom descontraído da campanha, o uso indevido de CPF de terceiros, ainda que de figuras públicas, pode gerar implicações legais. Advogados alertam que a prática, embora não configure diretamente um crime em muitos casos, pode ser interpretada como uma tentativa de violação de privacidade ou até gerar transtornos para o titular do documento.
Por outro lado, o episódio reflete a crescente força das redes sociais e aplicativos de mensagens como ferramentas de mobilização popular, especialmente em contextos políticos e econômicos polêmicos.
Governo ainda não se pronunciou
Até o momento, nem o Ministro Fernando Haddad nem o Ministério da Fazenda emitiram uma nota oficial sobre a campanha. Contudo, a viralização da mensagem aponta para o desafio constante enfrentado por autoridades públicas em tempos de alta conectividade: qualquer ação ou declaração pode se tornar rapidamente objeto de protestos criativos e, muitas vezes, imprevisíveis.
Um caso emblemático
A campanha do “CPF na nota” demonstra como o humor e a insatisfação podem se unir na internet para gerar engajamento. Ainda que os efeitos práticos sejam incertos, o episódio marca mais um capítulo na relação entre a política e a mobilização digital no Brasil.
Nortão MT