Manoel Gomes, conhecido pelo hit “Caneta Azul” (2019), afirmou não ter recebido dinheiro referente aos direitos autorais da música. O cantor acusa os empresários Joab Castro e Leonardo Santana de desviarem mais de R$ 7 milhões de suas 12 contas bancárias.
Cantor afirmou que se manteve apenas com cachês de shows e pagamentos por parcerias musicais na época em que o hit fez sucesso. “Foi um grande prejuízo. A minha situação ficou difícil”, disse em papo exclusivo com Splash realizado em São Paulo.
Artista diz não saber quem ficou com dinheiro. “Ele (Joab Castro) disse que não tinha recebido nada. Até hoje não sei como ficou esse pepino”.
Ausência de pagamento alterou planos de Manoel Gomes. “Queria comprar algumas casas em Balsas (MA), mas não havia maneira. Eu fico muito triste”. ‘Caneta Azul’ foi meu principal sucesso, mas até hoje eu não recebi um real por essa música que estourou no Brasil inteiro.Manoel Gomes.
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Supostos desvios foram realizados por dois ex-empresários do artista, informou a equipe de Manoel Gomes. O músico trabalhou anteriormente com Joab Castro por quatro anos e Leonardo Santana — filho de Joab — por um mês.
Leonardo Santana disse ainda manter contrato como empresário de Manoel Gomes em conversa com Splash. A questão é discutida em ação conduzida em segredo de Justiça, segundo posicionamento da equipe jurídica do cantor.
Cantor lamentou posicionamento de Leonardo. “Acho muito errado. Não o considero mais meu empresário, e ele ainda se apresenta como se fosse. Isso também me traz prejuízo. Tento fechar contratos, mas ele entra em contato e confunde as pessoas”.
Manoel Gomes mandou recado para Leonardo Santana. “Em uma última conversa, eu pediria para ele falar com esse negócio, pois não é mais meu empresário. […] Quero que ele me deixe livre para trabalhar”.
O que dizem empresários acusados por Manoel Gomes?
Joab Castro disse não ser responsável pelo suposto prejuízo em conversa com Splash. “Ligue para ele e pergunte quem gravou o CD, de quem é o selo e qual gravadora lançou. Quem fez tudo isso deve saber”.
Laércio da Costa, responsável pela QÉS Music (gravadora responsável pelo álbum) respondeu Joab em contato com a reportagem. “Eu também nunca recebi nada. Foi uma doação minha da época. Ajudei vários artistas que queriam gravar músicas. [….] Eu banquei o CD e fiz um acordo, fizemos um contrato […] Se tivéssemos algum problema, eles já teriam me processado. Eu também quero receber a minha parte”. O produtor também disse ter “problemas” com Joab Castro.
Leonardo Santana rebateu Manoel Gomes citando suposto contrato entre eles. “Não estou atrapalhando nada (sobre negociações). Apenas esclareço a verdade a todas as empresas que me procuram, que legalmente nós temos um contrato vigente e nem eu e nem eles podem assinar nada individualmente, pois seria irregular e não teria validade jurídica”.
Entenda o caso
A defesa de Lineu pretende abrir processo judicial alegando que Leonardo Santana e Joab Castro teriam desviado cachês. Contratos de publicidade assinados nos últimos quatro anos também serão analisados. “Estamos preparando toda a documentação”, comentou João Nascimento, advogado do cantor, em conversa com Splash.
Leonardo Santana diz ser um “complô” dos outros dois empresários para tomarem posse de sua parte na sociedade —nenhuma dos empresários revelou como a distribuição é feita. Ele afirma não ter interesse em repassar sua porcentagem para Lineu e Dias.
“Nunca chegaram em mim para falar sobre o assunto. Simplesmente viajaram com Manoel para o Rio de Janeiro e botaram um segurança com ele. O cantor está com o celular retido para que eu não entre em contato”, afirmou Leonardo.
Lineu Júnior acusou Leonardo Santana de “diversas irregularidades” em conversa com Splash. O empresário afirma que o colega precisa esclarecer informações sobre a prestação de contas e supostos contratos fraudulentos. Diz que foi protocolada uma petição de distrato e que pretende pedir reparação por danos morais e materiais em decorrência do desentendimento público com Leonardo Santana.
Manoel Gomes também acusou Joab Castro de “maus-tratos”. “Ele ficava gritando, chamando de burro e de bobo. Até ameaçava bater. Não tinha educação”, disse em entrevista a Splash.