Mesmo com a anulação do leilão para compra de 263 toneladas de arroz, a Polícia Federal entrou no caso e o certame será alvo de uma investigação. Além disso, a pressão da oposição no Congresso Nacional para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso, que foi apelidada de “Arrozgate”, colocou em risco o cargo do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD).
Fontes ligadas ao presidente Lula (PT) já afirmam que a queda de Fávaro é inevitável e não deve demorar muito tempo. Isso porque a confusão causada pelo leilão de arroz rendeu novas críticas ao Governo Federal e tem sido alvo de intensa cobertura da imprensa.
Entre os indícios de irregularidades que serão investigados pela PF está a falta de experiência das empresas que venceram o certame. Das quatro ganhadoras, duas não possuem registro no sistema da Receita Federal para comprar produtos no exterior com altos valores. E no caso do leilão, essas empresas iriam buscar no mercado externo o cereal para entregar ao governo, que faria a venda no mercado interno.
Outro problema que desastabilizou a gestão de Fávaro foi a acusação de que o agora ex-secretário de Política Agrícola, Neri Geller, estava favorecendo a corretora de seu ex-funcionário Robson Almeida de França e de seu filho Marcelo Geller, o que ele nega. Em entrevista à Band News nesta quarta-feira (12) Neri afirmou que os dois já não têm mais a empresa.
As acusações causaram incômodo ao ministro e ao presidente e Geller acabou demitido na terça-feira (11). Informações de dentro do Ministério são de que Fávaro já queria tirar o ex-secretário do cargo e aproveitou a oportunidade para se livrar do adversário político.
Isso porque existiam rumores de Neri poderia substituir Fávaro à frente do Ministério. Ele já ocupou o cargo no governo anterior de Lula e chegou a ser cotado para comandar a pasta nesta gestão, mas acabou sendo preterido por Fávaro. O motivo para a sposta exoneração de Fávaro tem nome: Margareth Buzetti (PSD), suplente do ministro no Senado. Ela tem causado incômodo ao Palácio do Planalto pois, apesar de na teoria ela ser da base do Governo, na prática tem votado contra projetos importantes do Executivo.
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