O novo alvo do Botafogo é mais um exemplo de jogador que teve que sair do Brasil para ter o talento reconhecido. Fransérgio, volante na mira alvinegra, fez carreira em Portugal quando o futebol do próprio país praticamente fechava as portas para ele.
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O ge foi atrás de histórias para apresentar à torcida o possível reforço alvinegro, que é natural de Mato Grosso, só que ficou mais conhecido do outro lado do Oceano Atlântico do que em terras brasileiras.
Volante que sai para o jogo
Fransérgio começou a carreira como volante, mas a passagem pela Europa o fez um jogador mais polivalente. No período de nove anos pela Europa, ele também fez as funções de meia e até centroavante. Justamente por isso, é um jogador que tem mais a oferecer com a bola nos pés.
Para ir atrás do brasileiro, o Botafogo não buscou um volante marcador, um cão de guarda para a defesa. Em Portugal, ele foi um meio-campista que jogou de área a área, com qualidade no passe e alguma liberdade para ir ao ataque. Tanto que se despediu do Braga, em 2020/2021, com oito gols em 44 jogos.
Na França, o brasileiro jogou mais como volante e não marcou nenhum gol. Fechou a última temporada no Bordeaux com 27 jogos, 17 deles como titular. Começou bem e perdeu espaço com a sequência turbulenta do clube, que terminou rebaixado no campeonato local.
Andarilho no Brasil
Até se desenvolver como atleta, Fransérgio passou por períodos sofridos no futebol brasileiro. Iniciou a carreira como promessa do Athletico, teve passagem rápida pelo Paraná e, em seguida, foi para o Internacional. Só que as chances foram poucas no Colorado.
O jogador começou a rodar por Criciúma, Ceará e Guaratinguetá, isso tudo antes dos 23 anos, até se dar conta de que o melhor seria sair do país.
– É complicado ir para um lado e para outro. No Inter, eu joguei poucos meses e já fui emprestado. E começa a incerteza. Chegou em um período que eu morei em um hotel quase um mês com a minha esposa, rodeado de malas. Foi quando eu decidi que iria para Portugal – disse em entrevista recente à “ESPN”.
Nos primeiros anos de Europa, o volante fez rapidamente mais jogos do que nas primeiras cinco temporadas como profissional no Brasil. A única grande sequência por aqui foi em 2012, no Criciúma, quando ele esteve presente em 30 partidas.
Moral com Abel Ferreira
Na Europa, a média do volante foi de 33 jogos por temporada, a grande maioria como titular. Foi em Portugal que ele deixou a vida de andarilho da bola e fincou raízes. Em oito anos, teve apenas dois clubes por lá: Marítimo e Braga. Ficou conhecido, conquistou respeito e saiu como capitão de ambos antes de tentar a sorte no futebol francês.
No Braga, quem deu a braçadeira para o brasileiro foi o técnico Abel Ferreira, hoje no Palmeiras. Fransérgio foi um dos reforços da primeira temporada completa do treinador à frente do clube luso e chegou com boas credenciais do Marítimo. Com o tempo, o jogador também se tornou um admirador do português, como contou em entrevista ao ge.
Pelos muitos anos e a boa adaptação a Portugal, o jogador admite que cogita encerrar a carreira no país, mas deixou escapar em outras oportunidades o sonho de ter o mesmo reconhecimento na terra natal.
– Eu sou reconhecido aqui, no Mato Grosso. Vou para São Paulo, Cuiabá e não sou. Em Portugal, vou a um hotel e começa um burburinho, porque são oito anos. Gostaria de jogar no Brasil para ser reconhecido aqui também.
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