O Comandante-Geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Corrêa Mendes, confirmou a aquisição de 800 kits de armamento não letal. O material deverá ser entregue pelo fornecedor entre março e abril. A declaração foi feita em entrevista à TV Centro América na manhã dessa quinta-feira (16).
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A compra desses materiais é uma resposta à repercussão da morte de dois jovens mortos pela Polícia Militar no Estado. O jovem Diego Kaliniski foi morto em uma abordagem por perturbação do sossego na madrugada de 5 de fevereiro, na cidade de Vera. Já Pablo Ferreira de Carvalho da Silva foi morto em 12 de fevereiro durante uma abordagem por violência doméstica na Capital.
Sobre o caso de Pablo, o Comandante-Geral ressaltou que em nenhum momento os policiais militares foram informados que se tratava de uma pessoa em surto. Se isso tivesse sido feito, de acordo com ele, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) teria sido deslocada até o local.
“O Pablo, no dia anterior a mãe já havia acionado a Polícia Militar onde ela estava sendo agredida, espancada pelo filho. Em momento nenhum foi falado de surto, foi falado de violência doméstica. E a Polícia Militar esteve no local no dia anterior. Nessa mesma ocorrência no dia desse fato trágico, o acionamento foi na mesma linha, violência doméstica. Se tivessem falado que era um surto, no próprio SIOSP já teria acionado o SAMU, que é a unidade especializada para lidar com essas pessoas”, explicou.
No caso da morte de Diego, o coronel Mendes ressaltou que os policiais tinham dois instrumentos para conter a confusão que se iniciou quando foi dada voz de prisão ao rapaz: o cassetete e a arma de fogo. No momento em que tomaram o cassetete do policial, a única possibilidade de defesa que lhe restou foi o revólver. Ressaltou ainda que em Vera somente dois policiais trabalham na rua, de um total de oito PMs lotados no município.
“O reforço mais próximo estava há 60 km, que é a cidade de Sinop. O outro reforço, a cidade de Feliz Natal, também há 60 km. Então ali naquela ocorrência nós tínhamos tão somente 2 policiais militares”, disse.
Diante do baixo efetivo em algumas cidades do interior, onde é comum que os policiais de uma cidade ajudem a outra nas atividades rotineiras da segurança pública, o Comandante-Geral afirmou que o governador deverá convocar novos policiais militares para recompor o efetivo mínimo necessário.
“Nós temos hoje alguns municípios que precisa de outro município para completar o efetivo, por essa razão que o senhor governador autorizou e vai fazer o chamamento de mais policiais militares para que possamos pelo menos completar o efetivo mínimo nesses locais, nessas cidades”, concluiu.
REPÓRTER MT