“O povo do interior tem pavor de seu grito agourento, tido como aviso de que alguém vai morrer”, conta o biólogo Thiago Baldine sobre a tyto furcata, coruja conhecida popularmente como rasga-mortalha.
A tyto furcada é conhecida também como suindara, coruja-das-torres, coruja-da-igreja, coruja-branca, graxadeira, coruja-tesoureira, coruja-do-campanário, coruja-de-celeiro ou suindara. Entre as especificidades da coruja, estão os hábitos noturnos e audição aguçada, que ela utiliza para caçar suas presas durante a noite.
O especialista em aves de rapina, Thiago Baldine, conta que a presença da coruja é, diferente do que diz o ditado popular, é benéfica para o equilíbrio de roedores.
“É considerada uma das aves mais ‘úteis’ do mundo, pois sua dieta é composta em grande parte por roedores, principalmente nas proximidades de habitações humanas, estabelecendo uma relação de mutualismo com os seres humanos. Costumam ingerir o alimento inteiro, além de roedores, apanha insetos, morcegos, pequenos marsupiais, anfíbios, répteis e aves”.
O especialista pontua que em um período de um ano, um casal dessa espécie consome entre 1.720 a 3.700 ratos, e entre 2.660 e 5.800 insetos (besouros, esperanças e grilos).
“Caça suas presas localizando-as principalmente pela audição. Possui dois discos faciais bem destacados, em forma semelhante a um coração, que ajuda a levar o som até a entrada dos ouvidos externos. Essa é uma estrutura única, separando-a das demais corujas em uma família especial, a Tytonidae”, explica.