Com projeções otimistas para a produção de milho na safra 2024/25, cujo potencial é de 119,63 milhões de toneladas segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), especialistas recomendam atenção redobrada com as lavouras em janeiro e fevereiro a fim de evitar pragas como a cigarrinha do milho.
Para ao menos manter a projeção da Conab de 3,4% a mais do cereal que na safra anterior, dependerá de estratégias de manejo que monitorem as condições climáticas, especialmente nas regiões Centro-Norte do Brasil, onde as chuvas de verão e temperaturas altas podem favorecer a proliferação de pragas e doenças.
A cigarrinha-do-milho e a lagarta-do-cartucho estão entre os maiores vilões das lavouras, segundo Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo na Agrobiológica Sustentabilidade.
“Cada região tem sua janela ideal de semeadura. Ultrapassá-la pode comprometer o potencial produtivo. Em alguns casos, alternativas como o sorgo ou o uso de plantas de cobertura para melhorar o solo podem ser mais vantajosas”, orienta.
Uso de biológicos
O uso de bioinsumos também deve ser reforçado nesse início de ano, agrega Arroyo por meio de nota. Alguns dos ativos biológicos melhoram a absorção de nutrientes e aumentam a resistência das plantas ao estresse hídrico, fator crítico para a safrinha e que vem acompanhando o produtor durante todo o ano passado.
A Embrapa alerta que mais de 20 tipos de pragas podem causar prejuízos no milho, e o clima quente acelera o ciclo de vida dos insetos, agravando a situação.
“A lagarta-do-cartucho, por exemplo, já desenvolveu resistência a tecnologias Bt em algumas regiões. Nesse caso, os bioinseticidas têm se mostrado uma solução promissora. Formulados com vírus específicos, eles controlam as lagartas ao serem ingeridos”, explica Arroyo.
Já a cigarrinha-do-milho exige uma abordagem preventiva. Vetor de doenças como os enfezamentos e a fumagina, a praga deve ser monitorada desde o início do ciclo da planta.
“O uso de armadilhas amarelas, a eliminação de milhos voluntários e a combinação de inseticidas químicos e biológicos são essenciais para um controle eficaz”, detalha.
Para o especialista, o avanço das pragas e a instabilidade climática exige que haja manejo integrado para garantir que as lavouras de milho alcancem os números projetados, sem prejuízos significativos na qualidade da colheita.
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GLOBO RURAL