O delegado Eric Márcio Fantin foi removido de Brasnorte para Juara nesta semana. A aprovação da transferência ocorreu por decisão do Conselho Superior da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso.
Nas redes sociais, o delegado afirmou que a decisão ocorre após a descoberta de um plano para matar o delegado. O “custo da vida” do policial seria R$ 1 milhão.
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O esquema envolveria pessoas “poderosas” e “corruptas”. “Fui removido porque a Polícia Civil tomou conhecimento de um plano para tirar a minha vida, no qual os corruptos da cidade ofereceram 1 milhão de reais!”, relatou o delegado.
“Mas tenho que tirar o chapéu pra esperança que eles têm de conseguir me queimar”, complementou.
O delegado, contudo, manterá sua forma de atuação e acredita que o trabalho desenvolvido em Brasnorte terá continuidade. “Mesmo de longe, os criminosos metidos a poderosos, “autoridades máximas, ainda terão pesadelos comigo por muitos anos”, escreveu.
Nos últimos meses, o delegado investigou esquemas ilegais de venda de terras na cidade de Brasnorte. Algumas áreas, inclusive destinadas à reforma agrária, estariam sendo comercializadas na região.
Neste esquema, quatro pessoas – incluindo o vereador Reginaldo Carreirinha (MDB) – foram indiciadas. Eles responderao por mais de 50 práticas criminosas, sendo quatro crimes de receptação qualificada; um estelionato; três crimes tributários formais; dezoito crimes tributários e vinte e nove crimes de lavagem de dinheiro.
Os envolvidos no esquema, segundo o delegado, lucraram mais de R$ 15 milhões.
RINHA DE GALO
Na última semana, o delegado Fantin indiciou outras três pessoas, consideradas poderosas, por participação em rinhas de galo. A investigação revelou um grupo organizado para prática de “rinhas de galo”, com apostas que somam milhões de reais.
Denúncias relataram que um dos indiciados constantemente se gabava de ter ganho R$ 100 mil em uma única luta entre os animais.
Fantin e sua equipe chegaram ao grupo após denúncias que envolviam até políticos no município. Com o decorrer das investigações, a Polícia Civil chegou ao local onde eram armazenados os galos de briga e os “rinheiros”.
Os indiciados responderão pelos crimes de associação criminosa e maus-tratos de animais.
SINDICÂNCIA
Fantin, porém, está sendo alvo de sindicância na Polícia Civil. Ele é acusado de vazar informações sigilosas de investigações no município.
Segundo a portaria publicada no Diário Oficial de 18 de novembro, o delegado não cumpriu a proibição de “proporcionar a divulgação de assunto da repartição ou de fato ali relacionado, ou divulgá-lo, por qualquer meio, em desacordo com a legislação vigente” que consta no Estatuto da Polícia Civil.
Formado na 17ª turma da Academia de Polícia, Fantin nasceu em Rondônia e já foi policial civil e oficial de Justiça em Goiás, estava onde morava antes de passar no concurso em Mato Grosso. Ele assumiu a vaga em abril, depois que a cidade ficou mais de cinco anos sem delegado titular.
J1 AGORA