A medida provisória que estabeleceu as faixas de descontos dos automóveis envolve uma tabela de pontuação de vários fatores . Inexplicavelmente, há pontos que não fazem sentido, dois deles são relacionados a critérios que não são atendidos por nenhum modelo.
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O critério “fonte de energia” dá 25 pontos para os carros movidos a etanol, no entanto, não há carros automóveis com esse tipo de alimentação no mercado nacional, apenas carros flex (etanol/gasolina) que, por sua vez, contam 20 pontos. Ou seja, o desconto maior não é aplicável.
A faixa máxima de pontuação no critério – os tais 25 pontos – também beneficia carros híbridos e elétricos. O problema, no entanto, é que não há elétricos produzidos no Mercosul (a medida inclui modelos feitos também na Argentina e outros países membros do tratado).
Mesmo carros elétricos mais baratos, exemplos do Renault Kwid e-Tech ou do Jac E-JS1 , não são feitos na região e fogem do limite de R$ 120 mil do programa, custando R$ 149.990 e R$ 145.990, respectivamente.
Quanto aos híbridos, apenas os chamados híbridos leves chegariam mais próximos do limite de R$ 120 mil disposto na medida provisória. A Caoa Chery passou a vender o Tiggo 5X Sport por R$ 117.990, no entanto, essa versão não tem o sistema de auxílio elétrico que, de qualquer forma, não chega a ser um híbrido convencional. Somente o Tiggo 5X Pro Hybrid Max Drive de R$ 159.990 conta com o recurso.
Não há um critério técnico estabelecido para diferenciar o que é híbrido de híbrido leve, classificações que já são polêmicas na indústria automotiva há anos.
Híbridos leves são modelos que contam com um gerador de 48V para aliviar o trabalho do motor convencional e auxiliar na alimentação elétrica de outros componentes. Enquanto isso, os híbridos convencionais são aqueles em que um propulsor a combustão trabalha em conjunto com um elétrico, sendo que ambos podem impulsionar o carro separadamente.
Se levarmos em consideração apenas os híbridos de fato, há apenas dois nacionais, mas eles fogem da faixa de preços contemplada pelo programa. São eles o Toyota Corolla Hybrid (R$ 183.790) e o Corolla Cross Hybrid (R$ 202.690), ambos em suas versões mais “acessíveis”.
Como o plano de incentivo tem vida curta, a possibilidade de um carro movido a etanol ou um híbrido de menor valor não vale para esse momento. No entanto, caso seja usado como um balão de ensaio para o projeto futuro de carro popular, talvez algo que será útil no futuro. Como está agora, não.
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