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sexta-feira, 1, novembro, 2024

Farmacêutica de MT perde parte do crânio após sofrer AVC e familiares pedem ajuda para conseguir prótese

A farmacêutica Gislaine Silva Ramos, de 36 anos, teve parte do crânio retirado após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), em Cuiabá. Segundo a irmã da paciente, Jessica Poliana, Gislaine precisa de uma prótese para reconstruir o osso da cabeça, no entanto, foi informada que o Sistema Único de Saúde (SUS) não cobre o tratamento, que custa R$ 123 mil, incluindo medicamentos e gastos com internação.

Ao g1, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) informou que a regulamentação de materiais pela tabela do SUS é feita pelo Ministério da Saúde, que não contemplou a referida prótese no Brasil. A reportagem entrou em contato com o MS, mas não obteve retorno até esta publicação.

A paciente percebeu que algo estava errado quando começou a ter problemas na visão, em dezembro de 2021.

“Ela estava com um tumor atrás do olho esquerdo, que comprometeu 60% da visão dela e, por isso, foi submetida a uma cirurgia de emergência. Nessa época, não sabíamos do AVC, só soubemos 10 dias depois, quando ela foi retirar os pontos e desmaiou”, explicou a irmã Jessica.

Tomografia do cérebro de Gislaine mostra sequelas da doença  — Foto: Reprodução/divulgação
Tomografia do cérebro de Gislaine mostra sequelas da doença — Foto: Reprodução/divulgação

Segundo Jessica, a farmacêutica contraiu doenças hospitalares durante os seis meses que ficou internada, o que agravou o caso.

“Os médicos disseram que foi uma infecção generalizada e a saúde da minha irmã foi piorando. O cérebro dela começou a inchar e, para não ocorrer uma morte cerebral, eles retiraram parte do crânio dela”, informou.

Gislaine antes e depois de perder parte do crânio — Foto: Arquivo pessoal
Gislaine antes e depois de perder parte do crânio — Foto: Arquivo pessoal

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Agora Gislaine precisa de uma prótese prototipada para reconstruir o crânio, que custa R$ 97 mil.

“A cabeça dela afundou e os cabelos começaram a nascer recentemente. Não temos como pagar o tratamento, então, o SUS era a nossa solução, mas fomos informados que o sistema não cobre, só faz o encaminhamento para o poder público, o que ainda não foi feito”, disse.

Paciente está há dois anos acamada, em razão das sequelas do AVC — Foto: Reprodução/divulgação
Paciente está há dois anos acamada, em razão das sequelas do AVC — Foto: Reprodução/divulgação

A farmacêutica está acamada há cerca de dois anos, em razão das sequelas do AVC, e, atualmente, mora com a mãe, em Cáceres, a 225 km de Cuiabá.

“Ela perdeu totalmente o movimento em uma das pernas, então ela não anda. Quando ela foi submetida à cirurgia, os médicos disseram que ela ficaria em estado vegetativo, podendo não voltar a comer ou andar. Por mais que ela fale e coma pouco, ainda há sequelas que podem ser permanentes”, ressaltou.

O tratamento

O tratamento de Gislaine custa, ao todo, R$ 123 mil, incluindo internação, hospital, cirurgia, a prótese e demais custos. Os familiares da farmacêutica conseguiram cobrir R$ 20 mil do tratamento por meio de um plano de saúde privado, mas ainda falta o principal, a prótese para reconstruir o crânio.

Para conseguir o valor que falta, amigos e parentes da paciente estão se mobilizando nas redes sociais para arrecadar doações.

AVC e Infecção hospitalar

Segundo o Ministério da Saúde, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. A doença pode causar incapacitação, internações e até morte.

Já a infecção hospitalar pode ser contraída através de alimentos, água, ar, superfícies e materiais hospitalares não higienizados ou esterilizados de maneira adequada. Os microrganismos em questão podem vir da própria microbiota dos pacientes, dos profissionais de saúde ou dos visitantes.

*Sob supervisão de Kessillen Lopes

G1 MT

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