A união de proprietários rurais de Araputanga fez com que uma tentativa de invasão a Fazenda Canaã, localizada a 40 km da zona urbana do município, fosse invadida por posseiros na manhã desta quinta-feira (03).
Segundo o contador Helder João Souza, o grupo chegou em vários veículos, inclusive caminhonetes, com homens, mulheres, crianças, recém-nascidos e idosos. Eles buscavam tomar posse de uma área dentro da fazenda.
Eles apresentaram documentos com matrículas do cartório da comarca de Araputanga apontando que a terra pertencia a União. De acordo com o contador, a localização das coordenadas não batia com a Fazenda Canaã. “Fica até difícil buscar uma localização pelas matrículas que eles apresentaram”, pontua em entrevista ao Midiajur.
A Fazenda Canaã pertence ao pecuarista Raphel Luiz Alves de Oliveira, que vive há mais de 40 anos na região, segundo Helder. O imóvel possui mais de 3,3 mil hectares.
Representantes da fazenda discutiram com os invasores e apresentaram documentos, como matrículas junto ao Cartório de Araputanga e registros junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que comprovavam a posse legal da fazenda a Raphael.
O contador aponta também que, depois que representantes da fazenda consultaram as matrículas da fazenda junto ao Cartório de Araputanga, não havia nenhuma anotação (ou averbação) que apontasse que os terrenos tinham passado para a União.
“A matricula que eles apresentaram não condiz com a nossa localidade. Não sei de onde eles tiraram isso. Nas nossas matriculas, não tem nada. Não tem nenhuma averbação da União”, pontua.
Helder conta, porém, que o grupo estava relutante em aceitar a versão deles e disse que eles estavam errados em ocupar terras da União.
Foi após essa primeira conversa que produtores rurais e empresários da região se uniram e foram até a Fazenda Canaã para impedir a invasão. A Polícia Militar também foi chamada. Após a chegada da polícia, os representantes da propriedade voltaram a se reunir com os invasores. O contador conta que, dessa vez, pressionados pela presença dos militares e dos vizinhos, eles reconheceram a falta de comprovação e saíram da propriedade pacificamente.
Apesar da tensão provocada pela tentativa de invasão e da reunião dos produtores rurais, o contador aponta que não houve troca de ameaças entre os grupos, ou de intimidações com uso de armas de fogo. “Não teve enfrentamento nenhum. A polícia estava lá para resguardar ambos os lados mantendo sempre a integridade”, diz.
Há a possibildiade de que eles retornem apresentando outros documentos para reivindicar a posse de parte da fazenda, mas, até o final da manhã desta sexta-feira, não houve nova aproximação do grupo. O contador conta que os advogados da fazenda já conseguiram uma liminar de interdito proibitório para impedir que o grupo ameaça a posse da fazenda outra vez.
MÍDIA JUR