O primeiro incêndio de grande proporção que atinge o Pantanal de Mato Grosso, na região de Poconé, a 103 km de Cuiabá, neste ano, começou no sábado (7), em uma propriedade particular, no km 47 da Transpantaneira. Até agora, mais de 1,5 mil hectares foram destruídos pelo fogo, o que representa 0,27% do Pantanal mato-grossense.
O Corpo de Bombeiros informou que o fogo começo em um trator que estava sendo utilizado por um fazendeiro durante a produção de faixas de aceiros no campo. Devido ao vento e ao tempo seco, as chamas se espalharam rapidamente e atingiram outras áreas fora da fazenda.
Desde então, são 14 militares envolvidos diretamente no combate às chamas, além de brigadistas do sindicato rural e dos próprios fazendeiros envolvidos.
Dois aviões, com capacidade para 4,9 mil litros de água, foram enviados pelo governo ao local para das apoio ao combate. Também há quatro viaturas ajudando por terra, contando um caminhão pipa, cedido pela empresa Águas Cuiabá.
Outra equipe formada por servidores da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e fazendeiros estão fazendo aceiros para tentar evitar o avanço do fogo.
Segundo os bombeiros, nesta quarta-feira (11), a quantidade de focos vem apresentando uma queda, conforme o levantamento feito por satélite.
A diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Ane Alencar, disse que parece que o Pantanal está sofrendo muito com o fogo. “No ano passado essa cena foi mais comum. O pantanal é o bioma que mais queimou nos últimos 36 anos. Já queimou 57% da sua área em pouco mais de três décadas, o que coloca o bioma em risco”, afirmou.
O controle, segundo ela, fica mais complicado por causa das mudanças climáticas.
Um ano após maior incêndio da história
Em 2020, o Pantanal foi atingido pela maior tragédia de sua história. Incêndios destruíram cerca de 4 milhões de hectares. 26% do bioma – uma área maior que a Bélgica – foi consumida pelo fogo. Cerca de 4,6 bilhões de animais foram afetados e ao menos 10 milhões morreram.
Em Mato Grosso, quase 2,2 milhões de hectares foram destruídos e, em Mato Grosso do Sul, 1,7 milhão de hectares, virou cinzas.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a precipitação dos últimos meses na bacia do alto Paraguai ficou abaixo do esperado. O Pantanal não tem uma “cheia” há três anos.
Fonte: G1 MT