Em viagem à Argentina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu a seguinte declaração:
“O BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior. Para ajudar os países vizinhos a crescer e até vender o resultado desse crescimento ao Brasil”.
O presidente ainda afirmou:
“Vamos criar condições para fazer o financiamento para ajudar o gasoduto. Acho que pode e é necessário que o Brasil ajude no financiamento a outros países. É isso que vamos fazer dentro das condições econômicas do nosso país”.
As falas chamam atenção por vários motivos. Os governos de Lula e de Dilma fizeram empréstimos que não foram pagos, e mais: foi comprovada corrupção nesses contratos pela operação Lava Jato.
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Entre 2007 e 2015, durante os governos do PT, Venezuela e Cuba receberam do BNDES R$ 11 bilhões em empréstimos. Mas, desde 2018, os países não honraram os pagamentos.
Como se isso não fosse suficiente, emprestar dinheiro à Argentina para a construção do gasoduto parece ser um péssimo negócio do ponto de vista financeiro. Quem empresta, no mínimo, deveria querer receber os recursos de volta, e com juros.
Mas os argentinos enfrentam dificuldade para honrar seus compromissos há anos. Já entraram em default, calote, nove vezes, e só não estão em situação ainda pior por causa da ajuda do FMI (Fundo Monetário Internacional). A economia de um dos nossos maiores parceiros comerciais está em frangalhos, com inflação de mais de 90% em 2022.
A decisão de Lula de emprestar dinheiro aos argentinos parece ser mais um movimento político para ajudar o presidente argentino e amigo de Lula, Alberto Fernández. Alberto tem uma eleição pela frente em 2023 e, com a popularidade em baixa, terá grande dificuldade para conseguir a reeleição.
Por outro lado, parece ser uma boa ideia financiar os compradores argentinos de produtos brasileiros. Foi assim que a China se tornou a maior exportadora de produtos para a Argentina. Esse posto, até o ano passado, era ocupado pelo Brasil. A estratégia seria uma forma de driblar a dificuldade de empresas argentinas de conseguir acesso ao crédito e aos dólares.
R7