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segunda-feira, 25, novembro, 2024

Macron reforça que não assinará acordo com Mercosul e reitera apoio ao Carrefour

Foto: Ricardo Stuckert / PR

O impasse comercial entre a França e o Mercosul intensificou-se nos últimos dias, envolvendo o agronegócio e gerando protestos na Europa e respostas firmes no Brasil. O presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou sua oposição ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia, destacando preocupações com a competitividade da agricultura francesa e reiterando apoio ao grupo Carrefour, que anunciou mudanças estratégicas em sua relação comercial com o Brasil.

Macron e o acordo Mercosul-UE

Em visita à América do Sul durante a cúpula do G20, Macron voltou a criticar o tratado, alegando que ele compromete a agricultura local e afeta a reindustrialização de países como a Argentina. Suas declarações acontecem em um contexto de manifestações organizadas pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas e pelos Jovens Agricultores, que vêm bloqueando rodovias na França. Os protestos refletem o receio de que produtos do Mercosul, especialmente brasileiros, ganhem competitividade frente aos franceses.

Carrefour interrompe importação de carnes brasileiras

Como resposta à pressão de agricultores, o Carrefour anunciou que suspenderá a compra de carnes do Brasil para suas lojas na França. A decisão gerou forte reação no Brasil, levando frigoríficos como JBS, Marfrig e Minerva a suspenderem o fornecimento de carne para a rede no país. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, apoiou a medida brasileira, afirmando: “Se não serve para os franceses, não vai servir para os brasileiros.”

Reação do setor agropecuário e boicotes ao Carrefour

A decisão do Carrefour provocou indignação no setor agropecuário e empresarial brasileiro. Guilherme Bumlai, presidente da Acrissul, ressaltou a necessidade de união na cadeia produtiva, enquanto a FHORESP, entidade do setor de hotelaria e alimentação em São Paulo, convocou boicotes à rede, acusando-a de desvalorizar produtos nacionais.

Governadores brasileiros também se manifestaram. Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, classificou a postura francesa como uma “atitude infeliz” e defendeu reciprocidade em relação aos produtos franceses. Antonio Salvo, presidente da Faemg, destacou que o Brasil já pratica preservação ambiental exemplar, servindo de referência global.

Impactos econômicos e tensões comerciais

Especialistas apontam que a decisão pode trazer consequências significativas para empresas francesas com forte presença no Brasil, como Carrefour e Danone. Sérgio de Zen, professor da Esalq/USP, alertou: “Criar uma imagem negativa no mercado brasileiro é um risco significativo.”

Embora o impacto econômico direto da suspensão de importações seja limitado, o episódio expõe tensões ideológicas e comerciais. Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, criticou o protecionismo europeu: “Defendem o livre comércio, mas o abandonam quando seus interesses agrícolas estão em jogo.”

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Um futuro incerto para o Mercosul-UE

O acordo entre o Mercosul e a União Europeia enfrenta resistência de lideranças como o CEO do grupo Tereos, Olivier Leducq, que afirma que a diferença de normas ambientais e sociais cria “concorrência desleal”. Apesar disso, Macron mantém sua postura firme, declarando que a França não apoiará o tratado enquanto houver riscos para sua agricultura.

No Brasil, entidades do agronegócio pedem estratégias para proteger a imagem do setor e fortalecer parcerias comerciais. Guilherme Bumlai destacou: “O Carrefour Brasil é um dos maiores mercados da rede no mundo. Quem deve estar preocupado com a imagem é a própria marca.”

Nortão MT com Compre Rural

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