Uma pesquisa recente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) revela a crescente escassez de caminhoneiros jovens no Brasil, destacando Mato Grosso, um dos principais polos de transporte de cargas no país, como um exemplo dessa realidade. O levantamento, denominado Pesquisa Nacional Realidade do Transportador Autônomo de Cargas 2024, evidencia a dificuldade de contratação de motoristas de faixas etárias mais jovens no setor, em especial em cidades como Rondonópolis, um dos maiores entroncamentos logísticos do Brasil.
Pablo, um caminhoneiro mato-grossense, segue uma tradição familiar herdada de seu avô, pai e tio, todos também motoristas de caminhão. Ele relata que, apesar de seu amor pela profissão, há grandes desafios, especialmente relacionados à baixa remuneração e à falta de respeito das empresas. “Hoje em dia, ser caminhoneiro está ficando raro. Há muitas vagas, mas poucos motoristas, porque somos desvalorizados. O salário não condiz com a responsabilidade que temos”, comenta.
A pesquisa da CNTA, que ouviu 1.006 caminhoneiros em estados como Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Bahia, aponta que 58% dos motoristas estão na faixa etária entre 36 e 55 anos, enquanto apenas 17% têm entre 26 e 35 anos. No entanto, entre os profissionais com 66 anos ou mais, o número chega a 4%, evidenciando o envelhecimento da categoria.
Com a crescente demanda por transporte de cargas, especialmente no setor agrícola de Mato Grosso, a escassez de motoristas se torna uma preocupação para a economia local. Rondonópolis, um dos centros abordados na pesquisa, reflete a importância da profissão, mas também a urgência de políticas que valorizem e atraiam novos profissionais para o setor.
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