No último mês de junho, Arjang “Aji” Djamali , um médico nefrologista americano doou um rim para um de seus ex-pacientes.
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Djamali conta que, para ele, virar doador era um desejo antigo, mas que teve que passar por alguns entraves antes de realizar esse seu sonho.
Como os tipos sanguíneos são fatores importantes na compatibilidade de uma doação de rim (embora não impeditivos em alguns casos), o médico especializado no tratamento de doenças renais sabia desde quando iniciou sua residência médica que poderia, em algum dia, ser um par ideal para alguém com o seu mesmo raro sangue do tipo B.
Antes disso acontecer, porém, Djamali conta que tinha uma vida muito agitada e que sua esposa apoiava sua decisão, mas pediu que ele esperasse até que seus filhos crescessem para passar pela cirurgia eletiva.
“Eu queria não apenas ‘falar por falar’, mas fazer a diferença na vida de alguém com doença renal”, disse Djamali à agência de notícias da rede de Hospitais e Clínicas da Universidade de Wisconsin – UW Health, nos Estados Unidos.
É importante destacar que qualquer pessoa, desde que passe por uma avaliação médica, pode se tornar um potencial doador de rim e viver uma vida saudável após o procedimento.
E foi em 2014 que Djamali conheceu a pessoa que receberia um dos seus rins: o seu paciente John Jartz. À época, o médico era chefe do centro de transplantes da universidade americana, e recebeu Jartz em seu consultório depois que o pacienta havia sido diagnosticado com a doença renal policística, um distúrbio hereditário que causa aglomerados de cistos nos rins.
Os atendimentos clínicos continuaram por alguns anos e durante esse período Djamali conta que ficou bem próximo do seu paciente e que os dois se tornaram grandes amigos.
“Nós nos conectamos imediatamente”, disse Jartz. “Tínhamos muito em comum. Compartilhamos o amor por viagens e piadas ruins. Na verdade, eu ansiava por minhas consultas com ele, o que geralmente não é o caso quando você está falando sobre como lidar com uma doença como a minha”.
Em 2019, porém, quando John estava sendo tratado com outro especialista do mesmo centro, ficou claro que ele precisava de um transplante de rim. Mas foi somente em uma conversa no final de 2021 que Djamali disse a Jartz que achava que conhecia alguém que poderia ser seu doador.
“Eu disse: ‘Sou eu'”, contou Djamali. “John ficou sem palavras. Passamos pelo processo de avaliação de nossa compatibilidade e eu era quase uma combinação perfeita para ele”.
No último dia 29 de junho foi então que o rim direito de Djamali foi removido e transplantado para John. No mesmo momento, o órgão começou a funcionar.
À UW Health, Djamali contou que ficou muito emocionado por finalmente poder realizar esse seu desejo que salva vidas e por inspirar outras pessoas.
“A doação de rim de doadores vivos salva vidas e eu espero que minha experiência sirva de exemplo para outras pessoas”, afirmou o médico.
G1