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Mato Grosso
quinta-feira, 31, outubro, 2024

Ministro das Comunicações atua para favorecer empresa suspeita

José Cruz/Agência Brasi

Como ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho tem por atribuição tocar políticas públicas relacionadas às áreas de radiodifusão e de telecomunicações, mas ultimamente tem se mostrado bastante empenhado em solucionar um assunto espinhoso que nada tem a ver com a pasta que comanda.

Usando do poder que tem como integrante do primeiro escalão do governo, ele vem pressionando a Codevasf, companhia estatal que nos últimos anos se transformou em um tamborete de negócios escusos do Centrão, a fazer chegar a uma empresa suspeita de envolvimento em irregularidades milhões de reais de emendas que ele próprio destinou ao Maranhão como deputado federal.

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Seria até justificável se o ministro estivesse interessado apenas na liberação das verbas para seu estado-natal, mas chama atenção o esforço dele para que o dinheiro vá especificamente para a Engefort, empreiteira maranhense ligada a políticos e apontada como integrante de um cartel especializado em desviar recursos da Codevasf.

Juscelino Filho chegou a ir pessoalmente à Superintendência da Codevasf no Maranhão para defender que seja mantida uma concorrência suspeita na qual a Engefort foi escolhida para abocanhar um contrato de R$ 54 milhões em obras.

Desse valor, R$ 30 milhões têm origem em emendas federais enviadas ao estado pelo próprio ministro, no período em que era congressista, de acordo com informações internas da estatal. Também foi ele quem definiu onde os recursos deveriam ser alocados.

Um detalhe: a visita em que Juscelino pressionou a Codevasf para que os recursos sejam destinados à Engefort, no último dia 17, às vésperas do Carnaval, não foi registrada em sua agenda oficial. O compromisso aparece apenas na lista de reuniões do escritório da companhia em São Luís.

O esforço de Juscelino Filho em favor da Engefort tem relação direta com as suspeitas que pairam sobre a empreiteira: a concorrência que o ministro quer que seja mantida corre risco de ser anulada porque a Controladoria-Geral da União, a CGU, encontrou irregularidades no processo.

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