
Neste mês de abril, completa-se um ano da morte ainda sem explicações de Dinalto Machado Lopes, de 52 anos, trabalhador rural encontrado morto em uma fazenda no município de Tapurah, no interior do Mato Grosso. O caso, que inicialmente foi classificado como um ataque de onça-pintada, passou a ser investigado como homicídio após laudos periciais contestarem essa versão. Um ano depois, a investigação segue sem desfecho, e a família clama por justiça.
Dinalto foi localizado em 24 de abril de 2024, caído em uma área de mata às margens do Rio Borges, com ferimentos graves. Inicialmente, seu patrão afirmou às autoridades que ele havia sido atacado por uma onça. No entanto, a perícia técnica rapidamente desmentiu essa hipótese, revelando que o corpo apresentava sinais de execução, incluindo três tiros no tórax e cortes precisos feitos possivelmente por arma branca. Uma das mãos da vítima também estava ausente, o que aumentou ainda mais as suspeitas sobre o caráter violento e premeditado do crime.
“Tínhamos suspeitas desde o início. Os ferimentos não eram compatíveis com o ataque de um animal selvagem”, explicou o perito criminal Nilton Dalberto. “As marcas no corpo indicavam claramente ação humana.”
A Polícia Civil chegou a prender temporariamente o dono da fazenda onde Dinalto trabalhava, considerado o principal suspeito. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão na propriedade, e o celular do investigado foi encaminhado para análise pericial. Apesar disso, o suspeito foi liberado dias depois, quando a Justiça negou a prorrogação da prisão solicitada pelo Ministério Público. Ele nega qualquer envolvimento no crime.
A família de Dinalto ainda tenta lidar com a perda e com a ausência de respostas. “Já faz um ano, e ainda não sabemos o que realmente aconteceu. É um sentimento de abandono e revolta”, lamenta um parente que preferiu não se identificar.
NORTÃO MT COM FOLHA DE TAPURAH