Motoristas abandonam aplicativos; clientes esperam até 3 horas em MT

Três horas de espera. É o tempo médio que a secretária Elisangela Pacheco levou para conseguir um motorista de aplicativo em Cuiabá para levá-la do mercado até em casa, no bairro Jardim Mariana. “Estou tendo dificuldade para encontrar motorista. Semana passada fui fazer compras e fiquei três horas esperando para um motorista aceitar a corrida. Está complicado, quando vou sair, tenho que pedir 30 minutos antes para conseguir”.

Segundo estudo publicado recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por conta da redução de demanda nos meses iniciais da pandemia da Covid-19, houve um recuo no número de trabalhadores autônomos no setor de transporte de passageiros em 2020. Apesar dos transtornos por conta da pandemia, Neverton dos Santos, 35 anos, deixou de trabalhar como motorista de aplicativo na capital, por conta do alto preço do combustível. Ele trabalhou por dois anos no setor, mas há um mês voltou a atuar como oficial de manutenção no Fórum de Várzea Grande.

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“Não estava tendo mais lucro. Rodava a noite inteira e o dinheiro ia mais para o combustível. O meu carro também não era novo, tinha cinco anos de uso e começou a dar defeito e, como não estava tendo mais lucro, fui obrigado a vender e parei”, explicou.

Em novembro de 2020 em Mato Grosso, o etanol hidratado custava R$ 2,78 em média enquanto este ano o valor é de R$ 5,15. Já a gasolina comum custava R$ 3,90 em novembro de 2020 e hoje custa R$ 6,71, em média.

Em nota, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) afirma que a demora para que os usuários sejam atendidos é por conta do “aumento exponencial na demanda por corridas nos últimos meses, em velocidade acima do crescimento de motoristas parceiros, o que têm levado a um desequilíbrio temporário entre a oferta e a demanda no mercado”. Além disso, afirmam que as pessoas passaram a usar aplicativos de mobilidade durante a pandemia e com a reabertura têm preferido usá-los em seus deslocamentos, por considerarem uma opção mais prática e segura em relação a outros modais com maior aglomeração de pessoas.

Fonte: G1MT

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