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segunda-feira, 28, outubro, 2024

Motoristas e empresário comentam os impactos do preço do óleo diesel no frete

 Foto: Reprodução/TV Centro América

O óleo diesel é usado em toda a cadeia produtiva e, depois de várias altas seguidas, o preço do combustível teve duas reduções recentes. Apesar de as quedas já terem sido sentidas por quem produz e por quem transporta, inflenciou pouco o mercado.

O Mais Agro MT conversou com motoristas de Rondonópolis, Alto Garças e Alto Araguaia sobre o assunto.

“Quando eu cheguei nesse Mato Grosso, a gente falava em centavos de óleo diesel, centavos de dólar. Eram 23, 25 centavos o litro de óleo diesel. Hoje, está um absurdo, está um dólar e pouco, o litro de óleo diesel. Eu sempre digo assim: ‘Antigamente, a gente lavava as peças com óleo diesel e secava com gasolina. Hoje, tem que lavar a peça com óleo diesel e secar com o vento’, porque é tudo muito caro”, diz o caminhoneiro Tomé Rodrigues de Souza.

Para o produtor rural José Milton Breintenbach, o alto valor do combustível é apenas um dos “pesos enfrentados. “O que encarece muito para nós é adubo, o cimento também aumentou bastante e o óleo diesel é o vilão, porque subiu muito. Nunca aconteceu de nós pagarmos o litro de óleo diesel mais caro do que a gasolina. A fazenda gira em torno do óleo diesel, os tratores colheitadeira, o caminhão, tudo consome óleo diesel”, afirma.

“Está muito difícil para nós sermos autônomos, hoje, com esses constantes aumentos do combustível. Agora, deu uma ‘quedazinha’, mas é insignificante porque, quando o diesel sobe, sobe R$ 1 e pouco, o litro. Agora, baixaram R$ 0,30, mas isso aí não significa quase nada para nós. O diesel sobe e a margem de lucro só diminui”, reflete o caminhoneiro Tomé Rodrigues de Souza.

O empresário Nicolau Bissoni, que atua como diretor de transportes, tem uma frota de 220 caminhões. Segundo ele, os aumentos começaram no final do ano passado, mas o pico chegou agora, em 2022.

“Se o combustível representar mais de um terço do frete, o seu negócio fica inviável. Hoje, para um frete de R$ 100, por exemplo, o combustível tem que estar entre 33% e 35% do custo dele, em relação ao frete. E nós estávamos trabalhando, em um período, acima de 50%. Não tem transportador que aguente uma pressão dessas. A gente teve que trabalhar junto aos nossos clientes esse aumento. A gente conseguiu repassar parte do aumento, o que veio amenizar nossa situação”, conta.

“Para fecharmos no azul, precisamos ter mercadoria. Ela está aí e o volume é grande para ser transportado. Eu acredito que o combustível ainda deve dar uma recuada e o frete subir um pouquinho. Nós vamos ter um fechamento de ano satisfatório”, aponta.

TV CENTRO AMÉRICA

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