Depois de tomar cápsulas de um chá emagrecedor de 50 ervas, a enfermeira Mara Abreu não resistiu ao transplante de fígado, rejeitou o órgão e faleceu. O velório da paciente aconteceu nesta sexta (4/2), em São Paulo.
O caso de Mara ganhou notoriedade após a cirurgiã Liliana Ducatti Lopes contar sobre a situação da paciente nessa quinta (3/2), no Instagram. A enfermeira tomou o medicamento e teve hepatite fulminante, necessitando de um transplante de fígado urgente.
Em entrevista ao G1, Márcia Cristina Oliveira, prima de Mara, contou que ela conseguiu o fígado para o procedimento, mas o organismo rejeitou o órgão. Enquanto esperava por um novo doador, a enfermeira não resistiu.
A médica contou que a paciente era saudável e não fazia uso de remédios. Ao investigar a causa, a cirurgiã do aparelho digestivo foi informada pela família da paciente que ela tinha o hábito de consumir o chá.
“Quando olhamos o rótulo dessa medicação já podemos identificar diversas ervas conhecidas por serem hepatotóxicas, por fazerem mal ao fígado. Dentre elas, a mais comum e mais conhecida é o chá verde. É muito bem descrito na literatura, há vários relatos e papers que mostram casos de hepatite fulminante causada por uso de chá verde”, disse Ducatti no Instagram.
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Riscos relacionados a chás e medicamentos
Casos como o da paciente – de pessoas saudáveis que desenvolvem falência aguda do fígado gravíssima, com recomendação de transplante urgente – já foram descritos na literatura médica.
“Sempre que nós recebemos esse paciente, a primeira coisa que a gente faz é investigar a causa. Na grande maioria das vezes é medicamentosa. Alguns medicamentos, como anabolizantes e outras medicações usadas, por exemplo Roacutan. Mas normalmente se faz uso desses medicamentos com acompanhamento médico e exame de sangue para ver como está a saúde do fígado”, explicou a médica no vídeo.
FONTE: METROPÓLES