Na Copa do Mundo no Catar, Neymar persegue um feito notável pela Seleção Brasileira: superar Pelé como artilheiro da Canarinho e, assim, se tornar o maior goleador da história da seleção – mas não nas contas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
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A chance de igualar ou superar o Rei do Futebol só existe, por enquanto, nas contas da Federação Internacional de Futebol (Fifa). A entidade passou recentemente a considerar apenas gols em jogos oficiais, computando somente partidas entre seleções. Com isso, passou a ignorar os 18 gols marcados por Pelé em alguns amistosos.
Nas contas da Fifa, Pelé tem 77 gols em 91 jogos pela Seleção Brasileira. Nesse critério, Neymar está próximo do Rei do Futebol, já que soma 75 bolas na rede em 121 partidas com a camisa nacional.
Porém, nos cálculos da CBF, que engloba jogos não oficiais também disputados por Pelé, o Rei ostenta 95 gols em 113 confrontos, incluindo amistosos. Dessa maneira, portanto, o atual dono da camisa 10 está distante de Pelé.
A Fifa não conta gols de Pelé em partidas amistosas contra clubes e festivas, mesmo que parte deles tenham sido marcados contra alguns dos principais times brasileiros e estrangeiros da época.
Internazionale (Itália), Atlético de Madrid (Espanha), Malmö e AIK (Suécia), Combinado de Guadalajara e de Léon (México), Bahia, Atlético Mineiro, Seleção Pernambucana e Seleção Amazonense foram vítimas do Rei com a amarelinha.
Nesse contexto, a CBF não vai dar muito destaque a Neymar caso ele supere Pelé durante o Mundial do Catar. A ideia é não fazer uma citação especial ao recorde porque a entidade continuará considerando o Rei do Futebol como o maior artilheiro da história da Seleção Brasileira.
Perto do Rei
Há pouco mais de um ano, Neymar disse que está contente com os recordes que já alcançou e ansioso para, “se tudo caminhar bem, passar Pelé”.
“É o ídolo máximo do Brasil. É um respeito muito grande que eu tenho por ele. O Brasil é reconhecido mundialmente hoje no futebol por causa dele. Somos muito abençoados pelo Pelé ser brasileiro”, afirmou o craque do Paris Saint-Germain no ano passado.
Tite, quando questionado, se furtou a dizer se considera Neymar o maior jogador brasileiro pós-Pelé. O técnico da seleção citou Bebeto, Romário e Ronaldo como figuras históricas de gerações diferentes e entende ser injusto fazer comparações.
“Não tenho condição de precisar isso. O que posso dizer é que Neymar é arco e flecha e seu grau de maturidade está cada vez maior”, afirmou.
Fora da discussão
Pelé prefere se manter distante da discussão sobre a contagem de seus gols. Ele deixa a briga para os fãs, tanto que sempre apareceu para dar os parabéns aos principais craques do futebol mundial quando eles superaram algum recorde pertencente anteriormente a ele.
Pelé fez isso quando Lionel Messi igualou seu número de gols em competições por um único clube e também quando Cristiano Ronaldo se tornou o maior artilheiro da história do futebol em competições oficiais.
“Cristiano, a vida é um voo solo. Cada um faz a sua própria jornada. E que bela jornada você está tendo! Eu te admiro muito, adoro te ver jogar e isso não é segredo para ninguém. Parabéns por quebrar o meu recorde de gols em partidas oficiais”, escreveu o Pelé, na ocasião.
A ideia é usar sua imagem somente para acontecimentos positivos. Um debate intenso por marcas e recordes não é o que ele quer. Controvérsia à parte, a cordialidade com que trata os craques da atualidade não impede Pelé de se descrever, em sua biografia nas redes sociais, como o “maior artilheiro de todos os tempos”.
CNN BRASIL