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sábado, 23, novembro, 2024
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Sensação do atletismo em 2020, Felipe Bardi treinou com saco de arroz para sonhar com Olimpíadas

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Um piscar de olhos e Felipe Bardi está chamando a atenção do atletismo brasileiro. Se no início de 2020, antes da pandemia, o velocista de Americana, interior de São Paulo, não estava entre os mais cotados para ir aos Jogos Olímpicos de Tóquio, no fim do ano ele se tornou favorito a uma das vagas olímpicas nos 100 metros e também para compor a equipe do revezamento 4×100 do Brasil.

A mudança rápida de patamar veio após uma sequência de três competições. Primeiro Bardi ganhou os 100 metros no GP Brasil de atletismo, no início de dezembro, batendo o favorito Paulo André Camilo. Uma semana depois, a revanche: Paulo André venceu o rival na final do Troféu Brasil. No entanto, foi de Bardi o melhor tempo da competição, obtido na semifinal, 10s11 que o deixaram como o mais rápido atleta da América do Sul em 2020. A marca é a 24ª melhor da temporada –que não teve muitas competições, é verdade– em todo o mundo. E para fechar o ano, Bardi, de 21 anos, ganhou o Campeonato Brasileiro Sub-23.

Nesta entrevista ao ge, a sensação do atletismo brasileiro em 2020 conta como essa transformação aconteceu, a vontade de correr os 100 metros abaixo dos 10 segundos e como ele projeta 2021, com os sonhos se tornando realidade num piscar de olhos.

Já perdi a conta de quantas vezes sonhei que já estava lá, que já estava em Tóquio. É uma loucura

Como começou 2020 e como começa 2021 nos 100 metros rasos?
Em 2020 eu comecei correndo em 10s34, uma marca legal nos 100 metros, mas não era uma marca tão expressiva. E termino 2020 com 10s11 (24ª melhor marca do mundo no ano e melhor da América do Sul).

Lado bom de um ano tão ruim para todos?
É uma luz no fim do túnel. A gente teve que se reinventar para consegui fazer excelentes marcas no final do ano. Tivemos três competições excelentes para fechar nosso 2020.

Você já se vê em Tóquio?
Já. Já. (risos) Eu sonho. Já perdi a conta de quantas vezes já sonhei que já estava lá, que já estava em Tóquio. É uma loucura.

Você sonha que está falando japonês também?
Japonês, não. Mas eu já sonhei estar comendo sushi, estar na Vila Olímpica. Sério. Às vezes acordava de madrugada e estava em Tóquio. Sério.

Esse sonho é recente? Ou já sonhava no começo do ano passado?
É de agora. De uns três meses para cá comecei a sonhar. No começo era aquele negócio… Mas agora parece que o sonho tá se tornando realidade, né. Claro que tem muito trabalho a ser feito. Mas agora deu aquele choque de realidade, é isso, você está praticamente lá.

Eu corro para dar 9. A gente costuma falar que os 9 segundos já estão na perna. Falta a gente encaixar uma corrida boa, um ritmo bom. Vai sair, vai cair.

Você ainda não tem índice, que é 10s05. Mas já correu a 10s11. Falta pouco.
Então, isso é… 6 centésimos… É uma piscada. Pô, é uma coisa que a gente se sente tão perto. Até porque eu fiz, corri 10s03, 10s04, mas a maca não foi válida por causa do vento e tal. Agora fiz 10s11 válido. Assim, é muito perto. É detalhe. Preciso melhorar um pouco minha saída para já sair esse índice e, quem sabe, já correr os 9.

Isso virou uma meta: quebrar a barreira dos 10 segundos…
Não só minha mas de todos atletas dos 100 metros que estão muito perto dessa marca. Eu corro para dar 9. Se não der 9 dá 10s05, 10s04. Eu entro pensando que hoje vai dar 9. Hoje vai dar 9s99. Se errar dá 10s11, 10s04. Assim, a gente já tá vivendo isso. A gente costuma falar que os 9 segundos já estão na perna. Falta a gente encaixar uma corrida boa, um ritmo bom. Vai sair, vai cair.

Erro?
Aquela piscada. Acho que a prova é muito rápida, não permite erro. A gente tá falando de 10 segundos. De 9 segundos. E qualquer errinho você pode perder a prova. Saiu mal você perdeu a prova. Qualquer erro na saída ou no meio e você perdeu a prova. E eu tenho muita dificuldade com a minha largada, eu acho que saio muito mal do bloco. Tenho muita coisa ainda para melhorar, e isso é bom. Tem coisas para melhorar. Minha saída de bloco é muito ruim. Preciso melhorar nesse ponto para encaixar uma corrida legal. Eu tenho o segundo 50 metros muito forte. Eu me lanço muito bem. Mas preciso sair do bloco mais forte e agressivo. E fazer o início de corrida melhor para os outros 50, já lançado, em pé, que é onde gosto de correr. Sou detalhista. Pessoal tá falando pra mim, meus rivais-amigos, você precisa melhorar essa saída. Melhorando esse 9s99 já saiu.

Cuiabá vence, se aproxima da Série A e afunda o Paraná na zona de rebaixamento

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No confronto entre duas equipes lutando por objetivos completamente opostos na Série B, o Cuiabá, que busca o acesso à elite do futebol brasileiro, venceu com tranquilidade o Paraná Clube, cada vez mais ameaçado pelo rebaixamento. Com um gol em cada tempo, o Dourado dominou o jogo e fez 2 a 0 na Vila Capanema. Resultado que deixa o Cuiabá perto da Série A, enquanto afunda o Paraná no Z-4.

Primeiro tempo

O Paraná teve a primeira chance real de gol, mas Higor Meritão errou a conclusão, de dentro da área, aos dois minutos. Quem abriu o marcador foi o Cuiabá, com Elvis, que recebeu cruzamento de Lucas Ramon e completou de peixinho, sem chances para o goleiro Renan. Sem dificuldades, o Dourado seguiu dominando, reclamou de um pênalti em Felipe Marques, ignorado pela arbitragem, e ainda desperdiçou mais uma chance em um chute sem direção de Jenison. Os visitantes foram para o intervalo vencedo por 1 a 0, mas poderiam ter uma vantagem maior.

Segundo tempo

Pressionado pela ameaça iminente do rebaixamento, o Paraná voltou do intervalo mostrando mais força para reagir. Renan Bressan parou no goleiro João Carlos após passe de letra de Guilherme Biteco, aos sete minutos. O meia arriscou mais um chute, que passou perto da trave, aos 11. Mas logo o Cuiabá retomou o controle do jogo, contando com uma noite inspirada do atacante Yago, que entrou no lugar de Marcinho. Em sua primeira jogada, ele deu um corte no zagueiro Philipe Maia antes de exigir uma bela defesa de Renan, aos 24 minutos. Porém, o atacante não desperdiçou a segunda chance, aos 28, tocando por cima do goleiro após receber ótimo passe de Matheus Barbosa. O Paraná partiu para o desespero, mas não conseguiu criar nenhuma chance real de gol.

Como fica

Com a vitória, o Cuiabá permanece na 3ª posição, com 61 pontos, seis a mais que o Juventude, primeiro time fora do G-4. O Dourado precisa de mais um ponto nas duas últimas rodadas para garantir o acesso à Série A.

Já o Paraná continua em 18º lugar, com 36 pontos. Três de desvantagem para o Náutico, primeira equipe fora do Z-4. Mas essa situação pode piorar porque Náutico e Vitória, que também somam 39 pontos, ainda jogam na rodada, nesta quarta-feira, podendo ampliar a desvantagem do Tricolor para seis pontos.

Próximos jogos

Na próxima rodada, a penúltima da Série B, o Cuiabá encara o Sampaio Corrêa, na sexta-feira, às 21h30 (de Brasília), na Arena Pantanal. O Paraná Clube joga na terça-feira, quando visita o lanterna e já rebaixado Oeste, às 19h15 (de Brasília), na Arena Barueri.